Empresa brasileira cria site para receber denúncias de golpes e informações falsas sobre o coronavírus

Por Redação em 02/04/2020 às 14:19:14

Sistema usa triagem humana e denúncias automatizadas para tentar derrubar sites falsos que se aproveitam da pandemia e da Covid-19. Página recebe denúncias de sites com golpes ou conteúdo falso sobre o coronavírus.

Reprodução

A Axur, uma empresa de segurança brasileira especializada na proteção de marcas na internet, criou o site Quarentena Sem Fraudes para que usuários possam denunciar páginas com conteúdo suspeito do novo coronavírus. Os links passam por uma triagem humana e são remetidos para um sistema automatizado que denuncia essas páginas para que elas saiam do ar.

Muitos provedores de serviços na internet, responsáveis por administrar redes ou manter sites de clientes no ar, possuem políticas que impedem "abusos de serviço".

O site criado pela Axur usa esses canais para repassar a denúncia do usuário aos provedores responsáveis. Em muitos casos, a página maliciosa será derrubada após a denúncia.

Embora qualquer pessoa possa realizar esse tipo de denúncia diretamente aos provedores, é preciso conhecer o canal correto, usar a linguagem certa e fornecer detalhes técnicos – sem isso, a denúncia pode acabar sendo ignorada. O objetivo da "Quarentena sem Fraudes" é facilitar esse processo.

Fábio Ramos, presidente da Axur, explicou ao blog que sua equipe começou a detectar sites falsos ligados ao coronavírus internamente, atuando em cinco sites falsos do gênero por dia. Segundo ele, criminosos passaram inclusive a criar fraudes associando marcas que são clientes da empresa ao coronavírus e à Covid-19.

Fraudes que circulam no Brasil prometem cadastrar usuário para receber auxílio do governo. O auxílio é real, mas as páginas são falsas e não podem conceder benefício à vítima, nem informam quem pode realmente recebe-lo.

Reprodução/Axur

A ideia do Quarentena sem Fraudes, que surgiu em colaboração com os funcionários da companhia, é abrir um espaço para a comunidade e ampliar a atuação do monitoramento.

"Entidades governamentais organizações sem fins lucrativos não têm a mesma capacidade financeira para contratar um serviço para monitorar sites falsos, e às vezes isso nem está no radar deles por conta de tudo que estão enfrentando", explicou Ramos.

Além de sites falsos, a empresa também diz que já observou perfis e até "lives" fraudulentas.

Segundo o executivo, a taxa de sucesso para remoção desse conteúdo é boa – diferente de outras fraudes, que envolvem marcas comerciais, o tema do coronavírus sensibiliza os provedores com a questão humanitária e de saúde pública.

Como as denúncias ao site vão passar por análise humana, os usuários podem denunciar qualquer página. Sites que utilizam indevidamente os nomes da Cruz Vermelha, da Organização Mundial da Saúde ou de órgãos públicos, por exemplo, podem ser denunciados.

"A gente quer tentar limpar a internet para que as pessoas fiquem menos expostas", resume Ramos.

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Fonte: G1

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