Dólar encosta em R$ 5,20 com mutações do coronavírus no radar dos investidores

Por Redação em 23/12/2020 às 19:15:12

O dólar voltou a subir nessa quarta-feira, 23, com investidores cautelosos pelo surgimento de mutações do novo coronavírus em diversas partes do globo. A moeda norte-americana encerrou o dia com alta de 0,73%, a R$ 5,199. A divisa chegou ao piso de R$ 5,129, e na máxima não passou de R$ 5,219. Esta foi a maior cotação do dólar desde o início do mês, quando passou para patamar mais próximo de R$ 5,10. Na véspera, o câmbio já havia fechado com alta de 0,76%, cotada a R$ 5,161. Apesar do clima pouco amistoso, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, acompanhou os rumos internacionais e fechou o dia com avanço de 1%, aos 117.806 pontos.

Os mercados acompanham com atenção o surgimento de diferentes tipos do vírus causador da Covid-19 em diversos pontos do mundo. Autoridades do Reino Unido já divulgaram a descoberta de duas mutações no coronavírus nos últimos dias. Análises em um dos tipos apontaram que ele possui potencial 70% maior de propagação que os já conhecidos. A África do Sul também detectou uma nova formação do coronavírus em seu território, e ontem pesquisadores brasileiros divulgaram a descoberta de uma mutação do vírus no Rio de Janeiro. A constatação das variações no Reino Unido levou o país a endurecer as medidas de isolamento social, ao mesmo tempo que diversas nações anunciaram o bloqueio de voos da região. A atenção com a pandemia monopolizou o foco dos investidores, que praticamente ignoraram a recusa do presidente Donald Trump em assinar o pacto de US$ 900 bilhões em estímulos aprovado pelo Congresso. Apesar do efeito negativo, o mercado já pensa na gestão do democrata Joe Biden e da expectativa de que o futuro presidente corrobore com a medida sem grandes percalços.

No noticiário doméstico, o desemprego bateu novo recorde no país e chegou ao nível de 14,2% em novembro. Segundo dados divulgados pelo IBGE, o país possui mais de 14 milhões de pessoas na fila do emprego, o maior número desde o início da série histórica. Indo na direção oposta, o Ministério da Economia divulgou que o país criou 414 mil postos de trabalho em novembro, o melhor desempenho desde o início da pesquisa do Caged, em 1992. O impulso fez o Brasil acumular pela primeira vez desde o início da pandemia saldo positivo entre o número de contratações e demissões. O mercado também reagiu positivamente ao anúncio que a fase 3 dos testes daCoronaVac, imunizante contra onovo coronavírusproduzido peloInstituto Butantanem parceria com a Sinovac, atingiu o nível de eficácia exigido pelaAgência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)para aprovação emergencial. Os resultados, no entanto, não foram apresentados pelo governo de São Paulo. Segundo o diretor do Butantan, Dimas Covas, a farmacêutica chinesa pediu que o parceiro brasileiro encaminhasse os dados para que eles sejam computados e apresentados de forma conjunta com testes realizados em outros países. As informações já foram compartilhadas na manhã desta quarta, e a expectativa é que a Sinovac dê o sinal verde para a divulgação em 15 dias.

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Fonte: JP

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