Dólar vai a R$ 5,30 com novo avanço da Covid-19; Ibovespa cai aos 120 mil pontos

Por Redação em 15/01/2021 às 18:56:41

O dólar voltou a fechar a semana em alta com o aumento do temor dos mercados globais com o avanço da pandemia do novo coronavírus e o endurecimento de medidas de isolamento social. A divisa norte-americana fechou esta sexta-feira, 15, com avanço de 1,81%, a R$ 5,304, a cotação mais elevada do dia. Na mínima, a moeda não passou de R$ 5,225. O resultado negativo coloca fim na sequência de três dias de valorização do real. O dólar fechou a véspera com recuo de 1,96%, cotado a R$ 5,207. O desempenho acumulado desde segunda, 11, fez o dólar encerrar a semana com queda de 2,06%. Apesar do enfraquecimento, desde o começo do ano, a divisa soma alta de 2,23% ante a moeda nacional. O mau humor nos mercados internacionais também impactaram o desempenho dos negócios internos. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, retraiu 2,54%, aos 120.348 pontos. Está é a primeira vez que a B3 fica próximo de perder os 120 mil pontos desde o dia 6 de janeiro, quando manifestantes invadiram a sede do Congresso norte-americano. “A tese do mercado aos 130 mil pontos esse ano, lembrando que estamos próximo desse valor, passa justamente pela perspectiva de crescimento. Porém, nesta semana, componentes de risco que não estavam mapeados começaram a surgir. Portanto, nada mais natural que uma queda na semana depois de uma disparada de praticamente 10 semanas consecutivas”, afirma Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.

O mundo superou a marca de 2 milhões de mortos por Covid-19 nesta sexta, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. No momento, são 93.418.283 casos ativos da doença. O primeiro óbito foi registrado no dia 11 de janeiro de 2020. A adoção de novas medidas de isolamento social em diferentes partes do mundo e os efeitos dessas ações na recuperação da economia global criaram aversão ao risco por parte dos investidores. O Reino Unido, que passa pela terceira e mais severa fase de lockdown, proibiu a entrada de viajantes de diversos países, incluindo o Brasil, para dificultar a disseminação de novas variantes da Covid-19. Já a França decretou toque de recolher para evitar que pessoas fiquem nas ruas e acelerem a transmissão do vírus. No outro lado do planeta, o Japão passa pela fase mais dura da pandemia um ano após o registro do primeiro caso de infecção. O alerta sanitário japonês, que não inclui o confinamento da população, os incita a não fazer deslocamentos desnecessários e a ficar em casa a partir das 20h. O arquipélago também proibiu a entrada de não-residentes no território, apenas com algumas exceções.

A pauta da Covid-19 chegou a ofuscar o anúncio de US$ 1,9 trilhão para a economia norte-americana feito pelo próximo ocupante da Casa Branca na noite desta quinta. O pacote detalhado por Biden inclui mais de US$ 400 bilhões para reforçar a saúde e a distribuição de vacinas contra a Covid-19; US$ 350 bilhões para ajudar estados e municípios a superarem os déficits orçamentários; cerca de US$ 1 trilhão em auxílio direto às famílias; e cerca de US$ 440 bilhões para pequenas empresas e comunidades atingidas pela pandemia. Também haverá a distribuição de cheques no valor US$ 1,4 mil para os norte-americanos, superando os de US$ 600 emitidos no último pacote do congresso. O projeto também contempla US$ 400 de auxílio-desemprego por semana, superior aos US$ 300 semanais, estendido até setembro.

No noticiário doméstico, os investidores analisaram a possibilidade do Brasil iniciar a vacinação contra a Covid-19 já na próxima semana. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se reúne neste domingo, 17, para votar os pedidos de aplicação emergencial protocolados pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo o governo federal, caso o órgão dê a luz verde, a campanha de vacinação deve iniciar em todo o país no dia 20. Também pesou no radar a queda de 0,1% na atividade do varejo em novembro do ano passado, influenciada principalmente pela disparada da inflação. Os investidores ainda acompanham os desdobramentos das disputas pelo controle da Câmara dos Deputados e Senado. As eleições para a presidência das duas Casas está marcada para 1º de fevereiro e é motivo de disputa entre grupos de apoio e oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). As negociações para agregar o maior número de votos congelaram os debates para aprovação dos textos estruturantes da economia. A expectativa do mercado é que pautas fundamentais para a recuperação do país no pós-pandemia, como as reformas tributária e administrativa, sejam tratadas imediatamente após a definição das presidências.

 

Fonte: JP

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