Sexo eco-friendly? Como tornar sua vida sexual mais sustentável

Por Redação em 13/02/2022 às 16:08:53

A preocupação com o meio ambiente está fazendo pessoas mudarem seus hábitos na hora de comer, comprar, viajar…

Para algumas delas, a busca pela sustentabilidade chegou também à intimidade na cama.

Nos últimos anos, vêm crescendo a oferta de produtos como preservativos veganos e métodos anticoncepcionais que não geram resíduos.

São iniciativas que fazem parte de uma nova tendência, o sexo eco-friendly, ou algo como “sexo ambientalmente correto”.

Entretanto, é preciso cuidado com produtos mais ecológicos, pois eles muitas vezes têm limitações na comparação com métodos comprovadamente muito eficientes na prevenção às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e na contracepção. Antes de tomar qualquer decisão sobre sua saúde sexual, é aconselhável que você converse com algum médico ou profissional da área.

O que é?

Adenike Akinsemolu em laboratório
Legenda da foto,"Todos esses exemplos são válidos e importantes", diz Adenike Akinsemolu sobre iniciativas diversas para diminuir a "pegada ambiental" das atividades sexuais

“O termo sexo eco-friendly não tem uma definição universal”, explica Adenike Akinsemolu, cientista da Nigéria especializada em sustentabilidade. “Mas existem várias abordagens.”

“Para alguns, ser ecologicamente correto no sexo significa escolher lubrificantes, brinquedos, lençóis e preservativos que gerem menos impacto no planeta; para outros, significa reduzir práticas nocivas na produção da pornografia, aos trabalhadores e ao meio ambiente”.

“Todos esses exemplos são válidos e importantes”, diz ela.

A maioria dos preservativos é feita de látex sintético e usa aditivos e produtos químicos que impedem a biodegradação. Por isso, as camisinhas não podem ser recicladas.

O Fundo de População das Nações Unidas estima que cerca de 10 bilhões de preservativos masculinos de látex são fabricados a cada ano, e a maioria é descartada em aterros sanitários.

Preservativos de pele de cordeiro, usados desde a Roma Antiga, são a única opção totalmente biodegradável de que se tem notícia. Porém, por serem feitos do intestino de uma ovelha, eles não conseguem prevenir as infecções sexualmente transmissíveis devido à porosidade do material.

Por sua vez, muitos lubrificantes convencionais têm uma base de petróleo — logo, contêm combustíveis fósseis. Isso levou a um aumento de alternativas à base de água ou orgânicos.

A médica Tessa Commers, conhecida como @AskDoctorT no TikTok, tem mais de um milhão de seguidores em seus vídeos sobre saúde sexual voltados para o público mais jovem. Seu vídeo mais assistido, com quase 8 milhões de visualizações, é uma receita de lubrificante caseiro feito de amido de milho e água.

Os brinquedos sexuais também estão sendo repaginados — os convencionais dependem muito do uso do plástico. Aço e vidro são algumas alternativas.

Comprar itens recarregáveis também ajuda a reduzir o desperdício e já existem até brinquedos sexuais movidos a energia solar no mercado.

A empresa britânica LoveHoney, por sua vez, auxilia no recolhimento de brinquedos sexuais velhos e quebrados que normalmente não podem ser descartados e reaproveitados nas rotas normais de reciclagem.

camisinha no chão
Legenda da foto,A maioria das camisinhas convencionais não são biodegradáveis

Onde mais o desperdício pode ser reduzido?

Há ainda partes menos óbvias de nossa vida sexual em que podemos reduzir o impacto ambiental.

Comprar lingerie com fabricação ética, evitar fazer sexo durante o banho e manter as luzes apagadas são formas de minimizar nosso impacto no planeta.

E como na maioria das coisas que compramos, as embalagens destes produtos acabam na lixeira.

Lauren Singer, uma empreendedora e influenciadora “lixo zero” de Nova York diz que é neste ponto que a maioria das empresas pode fazer a diferença.

Preservativos, lubrificantes e pílulas anticoncepcionais costumam gerar resíduos de embalagens que vão para aterros sanitários. No caso dos métodos anticoncepcionais, os DIUs são um tipo que mal gera resíduos, embora apresente seus próprios riscos.

Lauren vive quase sem gerar lixo. Desde 2012, ela junta tudo o que não foi capaz de reciclar em um pote.

“É apenas uma questão de tempo para que as empresas encontrem maneiras de serem mais sustentáveis nessa área (dos produtos relacionados à vida sexual)”, diz a influenciadora.

O pote em que Lauren guarda os poucos itens que não conseguiu reciclar não tem camisinhas. Porém, uma vez que esse é o único anticoncepcional eficaz contra as ISTs, ela pede que todos seus parceiros sexuais façam testes para verificar se eles carregam alguma infecção.

“Hoje eu tenho um parceiro monogâmico, mas se você não se sentir confortável pedindo a um parceiro que faça um teste (de IST) antes de ir para a cama, então provavelmente você não deveria estar com ele.”

“A coisa mais sustentável que podemos fazer é nos sentir abertos para falar da nossa saúde sexual.”

Saiba mais na BBC.

Fonte: Banda B

Tags:   Saúde
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