Por que devo tomar a 4ª dose da vacina da Covid, se já tomei 3? Entenda por que não funciona assim

A reportagem da Banda B procurou pelo médico infectologista Bernardo Almeida, de Curitiba, e ele explica que não funciona bem assim. Segundo ele, apesar da eficácia da vacina se manter alta na prevenção de casos graves e óbitos por coronavírus, existe uma queda lenta de eficiência dela.

“A grande questão em relação à quarta dose – ou segundo reforço vacinal – vai no sentido de que a imunidade cai ao longo do tempo. Essa queda é muito rápida do ponto de vista da eficácia para prevenir a infecção. Isso explica porque estamos tendo essa nova onda. Muitas pessoas que foram vacinadas ou até que contraíram a infecção prévia, estão contraindo novamente”,

afirma o especialista.

Segundo Almeida, as doses de reforço resgatam em parte esta eficácia, sendo possível aumentá-la significativamente. “Isso está comprovado por estudos onde foram realizadas já a quarta dose da população, como Israel, EUA e Reino Unido, comparando àqueles que só realizaram a terceira dose. Ajuda a diminuir a chance de complicações relacionadas à infecção e à sobrecarga do sistema de saúde também.”

A quarta dose deverá ser recomendada a todas as faixas de idade que já foram anteriormente incluídas no calendário de vacinação. Em especial, pessoas idosas ou com comorbidades, que são as maiores candidatas a terem complicações em consequência de uma contaminação.

“Elas são totalmente prioritárias e é altamente recomendável sim que realizem a quarta dose, para obterem a máxima proteção possível, considerando que muitos casos estão ocorrendo nessa nova onda. É o que todo mundo deseja, para evitar quaisquer complicações”, orienta o infectologista.

No Paraná, segundo dados do sistema nacional, cerca de 4,3 milhões de pessoas não tomaram a dose de reforço. Não dar sequência ao calendário compromete os esforços de combater a doença, à medida em que se deixa brecha para o vírus circular, tornando a batalha ainda mais árdua.

Em Curitiba, a adesão das primeiras doses foi grande: 86% do público geral (1.676.122 pessoas), incluindo crianças, receberam a primeira dose 1ª dose; e 83% (1.618.722) a segunda aplicação. Ainda não há dados divulgados sobre a adesão à terceira dose e estimativa para quarta dose na capital.

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Avanço no reforço

Desde que foi iniciado o cronograma de vacinação no Brasil, o mês de maio de 2022 tem sido considerado o de menor avanço da imunização contra a Covid-19. A aplicação da terceira dose da vacina caiu cerca de 57,6% nos primeiros 15 dias de maio, em comparação com abril.

Estima-se que quatro em cada dez brasileiros aptos para tomar a terceira dose, pou seja, pessoas com mais de 18 anos e que tenham tomado a segunda dose há mais de quatro meses, não tomaram reforço da proteção.

A vacinação da 4ª dose para as pessoas com 50 anos ou mais é realizada de forma escalonada desde quarta (8), por faixa etária a partir dos mais velhos. Nesta sexta (10), estão sendo vacinadas as pessoas nascidas em 1965, que receberam a 3ª dose até 10/2/2022.

No primeiro dia do calendário para quarta dose, foram vacinados os nascidos em 1962 e 1963 (pessoas com 59 anos completos ou que ainda completarão em 2022). Na quinta (9), foi a vez dos nascidos até 1964, vacinados com 3ª dose até 9/2/2022.

A imunização com esta nova dose respeita um intervalo mínimo de quatro meses a partir do 1º reforço (ou 3ª dose, para quem tem esquema vacinal inicial com Coronavac, AstraZeneca ou Pfizer; para quem recebeu a Janssen, o 1º reforço equivale à 2ª dose).

A vacina a ser utilizada para a dose de reforço deverá ser das plataformas de mRNA (Pfizer) ou vetor viral (Janssen ou AstraZeneca).

Onde se vacinar

A vacinação contra a covid-19 acontece em 107 unidades de saúde para as pessoas com 12 anos ou mais (inclusive gestantes). As repescagens de 1ª e 2ª doses e as doses de reforço estão disponíveis em todas.

A vacinação de 1ª ou 2ª dose para crianças de 5 a 11 anos, que utilizam imunizantes específicos (Pfizer pediátrica – tampa laranja – ou Coronavac) é realizada em dez unidades de saúde de Curitiba. Confira os endereços dos locais no site Imuniza Já Curitiba.

Para a vacinação das doses de reforço, é necessário apresentar documento com foto e CPF. Caso a pessoa ainda não seja cadastrada em uma unidade de saúde do município, deve apresentar também um comprovante de residência com endereço em Curitiba. Nas unidades de saúde, é recomendado o uso de máscaras.

Vacinação 4ª dose – confira o calendário completo para +50

Vacinação de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h

Esta semana (de 8 a 10/6)
9/6 (quinta-feira) – Pessoas nascidas em 1964, vacinadas com 3ª dose até 9/2/2022 e repescagens;
10/6 (sexta-feira) – Pessoas nascidas em 1965, vacinadas com 3ª dose até 10/2/2022 e repescagens;

Próxima semana (de 13 a 17/6)
13/6 (segunda-feira) – Pessoas nascidas em 1966, vacinadas com 3ª dose até 13/2/2022 e repescagens;
14/6 (terça-feira) – Pessoas nascidas em 1967, vacinadas com 3ª dose até 14/2/2022 e repescagens;
15/6 (quarta-feira) – Pessoas nascidas em 1968, vacinadas com 3ª dose até 15/2/2022 e repescagens;
16/6 (quinta-feira) – Feriado de Corpus Christi – não haverá vacinação
17/6 (sexta-feira) – Pessoas nascidas em 1969, vacinadas com 3ª dose até 17/2/2022 e repescagens;

Semana de 20 a 24/6
20/6 (segunda-feira) – Pessoas nascidas em 1970, vacinadas com 3ª dose até 20/2/2022 e repescagens;
21/6 (terça-feira) – Pessoas nascidas em 1971 e 1972 (com 50 anos completos na data da vacinação), vacinadas com 3ª dose até 21/2/2022 e repescagens.