O Assentamento Marcos Freire comemorou seu 35º aniversário em um evento que exaltou memórias, conquistas e a luta pela reforma agrária no Mato Grosso do Sul. Um dos momentos mais marcantes foi a declamação de um poema pela jovem Elisia Flausino, neta do farmacêutico Gonçalo Flausino Barbosa, autor dos versos e figura de grande importância na história do assentamento.
Escrito há cerca de 35 anos, o poema foi uma homenagem ao ministro Marcos Freire, cuja visita ao então Assentamento Santo Inácio marcou a assinatura que garantiu as terras aos acampados. Apesar das ameaças enfrentadas na época, o ministro deixou um legado de coragem e comprometimento com os movimentos sociais, sendo lembrado com gratidão pelas famílias assentadas.
Trechos do poema declamado:
"Marcos Freire, Marcos Freire,
Que não se esqueceu de nós,
Assentados, assinou a nossa terra
E seguiu morar com Deus."
Gonçalo era farmacêutico e também um dos acampados, hoje seu nome dá identidade ao Centro de Saúde local, em reconhecimento à sua contribuição para a saúde da população desde os tempos de acampamento.
Elisia destacou a relevância do nome Marcos Freire, que batiza o assentamento e simboliza as lutas e conquistas da comunidade. A história do assentamento está intimamente ligada à emancipação política e administrativa de Dois Irmãos do Buriti, município que abriga figuras importantes como o prefeito Wlademir de Souza Volk, conhecido como Japão, em seu quarto mandato, e a professora Roseli, vereadora reeleita para o terceiro mandato, ambos originários do assentamento , além de outros que tiveram também cargos naquela cidade.
A celebração foi uma homenagem a todos os que fizeram parte dessa trajetória de luta pela terra e pelo desenvolvimento social. O assentamento, que hoje é um símbolo de vitória, reúne conquistas como a formação de professores, técnicos agrícolas e lideranças religiosas. Em tom de gratidão, Elisia encerrou dizendo: "Obrigada ao nosso saudoso Marcos Freire."
A comemoração pelos 35 anos do Assentamento Marcos Freire foi, acima de tudo, um reconhecimento das vitórias alcançadas e da persistência de todos que lutaram pela reforma agrária no Mato Grosso do Sul.
Declamação do poema: