Com pouca representatividade polĂ­tica, mulheres ainda buscam direitos

Por Redação em 09/03/2021 às 11:27:56

Em 2021, quando as mulheres comemoram 87 anos do direito ao voto, elas seguem em luta por ampliar conquistas. Na tarde desta terça-feira (9), mais um direito deve ser conquistado pelas mulheres no Parlamento: é que o Senado deve aprovar o Projeto de Resolução do Senado (PRS) 6/21 que cria a figura de lĂ­der e vice-lĂ­der da bancada feminina na Casa.

Pactuado para entrar na pauta da Casa em homenagem ao mĂȘs das mulheres, na prĂĄtica, a medida fortalece a voz das senadoras dando à bancada assento no Colégio de LĂ­deres para falar, reivindicar pautas e deliberar, com os demais lĂ­deres, o que entra na lista de votações do plenĂĄrio e das comissões da Casa.

Participação

A representatividade das mulheres no Parlamento ainda estĂĄ muito aquém do peso que elas tĂȘm no eleitorado brasileiro, que corresponde a mais de 52,5%. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, das de 513 cadeiras, apenas 77 são ocupadas por deputadas, que corresponde a 15%. No Senado somente 12 mulheres foram eleitas para as 81 vagas, o que equivale a uma participação feminina de 14%.

Segundo o Mapa das Mulheres na PolĂ­tica 2020, feito pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela União Interparlamentar (UIP), o Brasil ocupa o 140Âș lugar no ranking de representação feminina no Parlamento. Na América Latina, o paĂ­s estĂĄ à frente apenas de Belize (169Âș) e Haiti (186Âș). Lideram o ranking Ruanda (1Âș), Cuba (2Âș) e BolĂ­via (3Âș).

Minorias

Apesar do pequeno nĂșmero de eleitas, a quantidade de candidaturas tem aumentado, especialmente nos grupos minoritĂĄrios. As candidaturas de mulheres indĂ­genas passaram de 432 para 695 nas eleições de 2018. JĂĄ as de travestis e mulheres transgĂȘnero cresceram de 82 para 294 candidaturas no Ășltimo pleito. No caso de mulheres pretas, as candidaturas passaram de 12.331 para 19.223 no mesmo perĂ­odo.

Propostas

Tanto na Câmara como no Senado dezenas de propostas querem garantir uma participação maior das mulheres no Parlamento. Um deles, o projeto de lei (PL 763/2021) de autoria do senador Wellington Fagundes (PL-MT), prevĂȘ no mĂ­nimo, 30% das cadeiras destinadas a mulheres na Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais. A proposta também prevĂȘ que, quando da renovação de dois terços do Senado Federal, as vagas serão divididas equitativamente entre candidaturas do sexo feminino e do sexo masculino.

Em suas redes sociais, o senador afirmou que falta oportunidade para as mulheres, principalmente na polĂ­tica, e é isso que o PL 763/2021 cria. "Mesmo fora do lugar de fala, por ser homem, reconheço que uma das maiores necessidades das mulheres é a oportunidade. A mesma disposição da sociedade e do próprio ambiente de recebĂȘ-las como acontece com homens. Por isso, criei um projeto que reserva vagas no Legislativo para elas", publicou o parlamentar.

Outro texto semelhante aguarda votação na Câmara dos Deputados. A proposta de emenda à Constituição (PEC 134/2015) determina a reserva de 16% das cadeiras no Legislativo federal, estaduais e municipais para mulheres. A medida, que teve origem na Comissão de Reforma PolĂ­tica do Senado, jĂĄ foi aprovada pela Casa.

Fonte: Agencia Brasil

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