Presidente do Senado diz que pandemia do coronavírus 'exige de todos os brasileiros, e inclusive do presidente da República, responsabilidade'. Bolsonaro feriu recomendação ao cumprimentar apoiadores. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), durante sessão no plenário da Casa em 2009Marcos Oliveira/Agência SenadoO presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), criticou em nota neste domingo (15) o estímulo à "aglomeração de pessoas nas ruas" em meio à crise do novo coronavírus. O texto divulgado não cita nominalmente as manifestações em capitais como Brasília, São Paulo e Rio. O presidente Jair Bolsonaro participou do ato na capital federal, e chegou a apertar a mão de apoiadores no Palácio do Planalto – desrespeitando a recomendação de "monitoramento" até o próximo exame de sangue.Na nota, Alcolumbre diz que a gravidade da pandemia "exige de todos os brasileiros, e inclusive do presidente da República, responsabilidade". O presidente do Senado também declara que "convidar para ato contra os Poderes é confrontar a democracia".Em fevereiro, Bolsonaro divulgou um vídeo, por WhatsApp, convidando apoiadores para a manifestação deste domingo. O ato gerou fortes críticas de ministros do Supremo Tribunal Federal, organizações e parlamentares.Ainda na nota divulgada, Alcolumbre afirma que é preciso "seguir à risca" as orientações do Ministério da Saúde e trabalhar para superar a crise econômica derivada da pandemia."É tempo de trabalharmos iniciativas políticas que, de fato, promovam o reaquecimento da economia, criem ambiente competitivo para o setor privado e, sobretudo, gerem bem-estar, emprego e renda para os brasileiros", diz.Confira a nota divulgada por Alcolumbre:"É hora de amadurecermos como Nação. Com a pandemia do coronavírus fechando as fronteiras dos países e assustando o mundo, é inconsequente estimular a aglomeração de pessoas nas ruas. A gravidade da pandemia exige de todos os brasileiros, e inclusive do presidente da República, responsabilidade! Todos nós devemos seguir à risca as orientações do Ministério da Saúde. Convidar para ato contra os Poderes é confrontar a Democracia. É tempo de trabalharmos iniciativas políticas que, de fato, promovam o reaquecimento da economia, criem ambiente competitivo para o setor privado e, sobretudo, gerem bem-estar, emprego e renda para os brasileiros.Davi Alcolumbre Presidente do Congresso Nacional"Críticas de MaiaEm entrevista exclusiva à TV Globo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também criticou a presença de Jair Bolsonaro na manifestação em Brasília.Segundo Maia, o presidente "desautoriza o ministro da Saúde", Luiz Henrique Mandetta, ao romper o monitoramento recomendado e apertar a mão de apoiadores em frente ao Palácio do Planalto."O que nos preocupa, o que nos deixa em perplexidade é o presidente participando desses atos. Num momento onde se pediu, na sexta-feira, que não houvesse aglomerações, o próprio presidente desautoriza o seu ministro da Saúde", declarou à TV Globo."Nós temos o risco de estar vivendo a maior crise, né, que o Brasil viveu nos últimos cem anos. Com impacto na vida dos brasileiros, na saúde dos brasileiros, no emprego, na renda, aumento da pobreza. E nós temos um presidente que estimula manifestações contra outras instituições."
G1