Conselho de Ética da Câmara suspende deputado Boca Aberta (Pros-PR) por seis meses

Por Redação em 10/12/2019 às 14:38:08

Parlamentar fez uma gravação, sem autorização, em um hospital. Para o relator do caso, houve quebra de decoro. Deputado disse que vai recorrer da decisão. Deputado Boca Aberta discursa durante a sessão do Conselho de Ética da Câmara

Larissa Passos/G1

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu nesta terça-feira (10) suspender por seis meses o mandato do deputado Emerson Miguel Petriv (Pros-PR), o Boca Aberta. A suspensão foi aprovada por 10 votos a 1. O deputado JHC (PSB-AL) foi o único a votar contra.

Relator do caso, o deputado Alexandre Leite (DEM-SP) concluiu que Boca Aberta quebrou o decoro parlamentar ao fazer uso do "abuso de autoridade". Na semana passada, Leite chegou a recomendar a cassação do mandato do parlamentar.

Porém, na reunião do Conselho de Ética desta terça-feira, após debater com os deputados, o relator mudou seu parecer para que recomendasse apenas a suspensão do mandato por seis meses.

Boca Abert disse que vai recorrer da decisão e que a pena de suspensão é "muito dura e cruel". O deputado tem cinco dias para apresentar recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se o recurso for negado, a suspensão segue para votação no plenário da Casa.

A suspensão do mandato passa a valer a partir da publicação da decisão do Plenário no Diário da Câmara. O deputado suspenso ficará sem salário, cota parlamentar ou verba de gabinete. Todos os funcionários do gabinete perdem o cargo assim que a decisão for publicada.

O processo votado nesta terça foi aberto em agosto. A representação contra Boca Aberta foi apresentada pelo PP, após o parlamentar ter feito uma gravação, sem autorização, em um hospital.

Alexandre Leite também encaminhou nesta terça à Corregedoria da Câmara outras duas denúncias contra o parlamentar. Uma delas trata da utilização de placa não autorizada na Casa e a outra de suposta agressão a um oficial de justiça.

Outra condenação

Em março, Boca Aberta foi condenado na Justiça a 22 dias de prisão em regime semiaberto por perturbação de sossego. Ele foi acusado de importunar trabalhadores e pacientes de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Londrina, no Paraná, nos dias 5 e 6 janeiro de 2017.

Na época, quando ainda era vereador de Londrina, ele disse que foi até a unidade fiscalizar os trabalhos dos profissionais, depois de receber uma denúncia de atraso nos atendimentos médicos.

O parlamentar entrou em locais restritos a enfermeiros e médicos e na sala de uma médica, sem autorização. Ele filmou toda a ação durante o período que esteve na UPA.

Fonte: G1

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