Por isso, as mães decidiram procurar ajuda médica. Até 2016, a Apraxia de Fala na Infância (AFI) era um transtorno praticamente desconhecido no Brasil. Esse é um distúrbio motor da fala que tem origem neurológica. Ele afeta a habilidade da criança de produzir e sequenciar os sonos da fala. Poucos fonoaudiólogos estavam capacitados para tratar o distúrbio, e não havia informações e publicações em português para orientar as famílias. Naquele ano, foi criada então a Associação Brasileira de Apraxia de Fala na Infância (Abrapraxia).
Com a Abrapaxia, as mães querem que o Poder público passe a enxergar o debate da Apraxia com mais seriedade. Por isso, elas desenvolveram um abaixo assinado para que seja incluído no calendário, o Dia da Apraxia de Fala na Infância (14 de maio) – data de conscientização do transtorno em outros países (Apraxia Awareness Day). A previsão é que sejam recolhidas 1,5 milhão de assinaturas
Em Curitiba, a engenheira civil Juliane Tosin, que é vice-presidente da Abrapraxia, descobriu que a filha dela tinha Apraxia. Giovana tem 11 anos em 2022 e foi diagnosticada com o transtorno quando tinha 3 anos. Em entrevista à Banda B, ela conta que percebeu uma mudança já no primeiro ano de idade da filha.
Ela conta que quando o diagnóstico da filha veio, a maioria das informações sobre o transtorno vinham dos Estados Unidos.
Juliane destaca que inúmeros médicos disseram que não havia nada de errado com a filha dela. “Fui em neurologistas, mas ninguém conseguia dizer exatamente. Antes achavam que era autismo. Não fechavam os quesitos para o autismo, mas não desenvolvia a fala”, afirma.
A filha dela teve que ir até São Paulo para conseguir uma profissional que teve contato com a Apraxia. “A Gi tinha uma condição muito tênue. Quem olhava pra ela não achava que tinha alguma questão. Ouvia de todo mundo, da família dos médicos”, diz
Atualmente, Giovana trabalha com uma fonoaudióloga e com uma psicóloga. O tratamento da Apraxia envolve regulação de auto estima, autonomia e ansiedade.
A Apraxia de Fala na Infância é pouco conhecida no Brasil e afeta 2 a cada mil crianças. Desde 2016, a Associação Brasileira de Apraxia de Fala na Infância (Abrapraxia). A associação já capacitou mais de 15 mil pessoas, entre fonoaudiólogos, pais e familiares, além de oferecer cursos regulares para esses públicos.
O diagnóstico da Apraxia deve ser realizado por um fonoaudiólogo que possua experiência em transtornos de fala e de linguagem, incluindo os distúrbios motores de fala. O profissional será o responsável por avaliar, diagnosticar e determinar o melhor plano de tratamento. Se você suspeita que seu filho possa ter algum tipo de distúrbio procure um médico.
Site: www.apraxiabrasil.org
Instagram: @apraxiakidsbrasil
Facebook: www.facebook.com/ApraxiaKidsBrasil
LinkedIn: https://www.linkedin.com/company/apraxia-brasil-abrapraxia/
Fonte: Banda B