A Justiça inocentou uma servidora acusada de desviar medicamentos da Farmácia Municipal de Anastácio, em 2018. A denúncia era de que remédios que estavam "sumindo" da unidade, estariam sendo comercializados na cidade de Dois Irmãos do Buriti.
A servidora pública chegou a ser detida durante operação conjunta da Polícia Civil de Dois Irmãos do Buriti e Anastácio. Com ela, a polícia localizou alguns remédios. Ela então foi encaminhada para delegacia de Anastácio, onde prestou esclarecimentos e foi liberada.
De acordo com o juiz Luciano Pedro Beladelli, da comarca de Anastácio, as "provas produzidas durante a fase de inquérito policial não podem, por si só, embasar eventual condenação. É necessário, pois, que haja provas concretas".
Na época, a secretária municipal de Saúde, Aline Cauneto disse que iria apurar os fatos e pediu a exoneração da funcionária.
Posteriormente, em depoimento à Justiça, a secretária falou que os farmacêuticos têm autonomia para realizar troca ou doação de medicamentos em determinados casos, porém, deve ser documentado. "Toda saída e entrada tem que ser registrada, porém, não tinha conhecimento da presente permuta. Existe um documento próprio para firmar o ato de troca ou permuta e é usado carro oficial do município para buscar os fármacos", consta nos autos.
Outra funcionária pública, disse em juízo que "a permuta entre os farmacêuticos eram de praxe, uma vez que tinham mais um medicamento e menos de outro, bem como quando realizava tal permuta, e a servidora comunicava no grupo de WhatsApp".
Outra testemunha, que fez estágio na farmácia de Anastácio em 2018, disse que a servidora, ao sair com tal medicamento, avisou toda equipe de farmácia, que estava se deslocando a Dois Irmãos para realizar uma troca, doação. Também falou que tinham a praxe de realizar trocas de medicamentos entre municípios e não sabe informar se a servidora portava algum documento na data dos fatos. Ele falou que a secretária de saúde tinha conhecimento das troca de fármacos e que a servidora utilizava seu veículo próprio para realizar tal ato.
Funcionária do hospital de Dois Irmãos do Buriti, contou em juízo que a troca de medicamentos ocorre, porém, perante documentação, ou seja, com assinatura do farmacêutico responsável e do secretário de saúde. Ela também relatou que a troca realizada pelo município de Dois Irmãos era com a farmácia de Aquidauana, e não tinha vínculo com a farmácia de Anastácio na época. Já a delegada de polícia Nelly Gomes dos Santos Macedo, aduziu em juízo que "durante abordagem perceberam o nervosismo da denunciada, bem como não tinha nota dos medicamos que transportava e além disso alterava as versões. O caso foi arquivado.