Fundação de Cultura é acusada de pagar R$ 15 mil a grupo por show não realizado

Por Redação em 21/02/2020 às 13:01:24
Foto arquivo estado ms

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Mara Caseiro contratou grupo por 10 vezes no ano passado, mas causou polêmica na primeira contratação de 2020: o grupo não se apresentou no local previsto.

A Fundação Estadual de Cultura teria pago R$ 15 mil ao grupo sertanejo Os Filhos de Campo Grande por um show não realizada no Sarau de Segunda, que acontece na Praça dos Imigrantes, no Centro da Capital. Dez dias após a assinatura do contrato e do assunto causar polêmica nas redes sociais, a presidente do órgão, Mara Caseiro, informou, em nota, que houve "erro formal" na publicação do Diário Oficial.

Nomeada para a fundação após não obter votos para ser reeleita deputada estadual, Mara tem uma parceira praticamente fixa com o grupo musical. Conforme o Diário Oficial do Estado, ela assinou contratos sem licitação com Jorge Shigueru Sócrates Gomes Ishyama para nove apresentações da banda em 2019. Cada show custou R$ 15 mil.

0 deste mês e publicado no Diário Oficial do Estado, o grupo "Os Filhos de Campo Grande" se apresentaria na segunda-feira passada (10), por 90 minutos, no evento "Sarau de Segunda", na Praça dos Imigrantes. O grupo até incluiu a apresentação na agenda de shows.

O único problema é que a apresentação não ocorreu. De acordo com a professora Mara Rojas, presidente da Associação Cultural, o Sarau de Segunda ocorre há seis anos, desde março de 2014, e reúne músicos e grupos de vários estilos musicais, como MPB, Bossa Nova, Reggae, entre outros, menos o sertanejo.

Show não aconteceu no local indicado em contrato publicado no Diário Oficial (Foto: Reprodução)

Nenhum grupo ou músico se apresenta no local por 1h30min. As apresentações ocorrem por ordem de chegada e no final do evento é passado o chapéu para arrecadar fundos para serem divididos os músicos que levam os equipamentos de som no dia.

"Tem edital no Diário Oficial pelo #FCMS e agenda na página #osfilhosdecampogrande mas não realizaram show no Sarau porque essa não é a proposta do Sarau. Quem acompanha essa ação desde 2014 sabe que temos critérios que são seguido

s e um deles é a quantidade de música por apresentação e o estilo musical", comentou o organização na página do Sarau de Segunda nas redes sociais.

Portal do Governo entra em pane quando se digita o nome do empresário do grupo ou da Fundação de Cultura (Foto: Reprodução)

Os contratos firmados com o grupo foram publicados no Diário Oficial. No entanto, o Portal da Transparência não informa o valor pago a Jorge Shigueru Sócrates Gomes Ishyama. Nem as despesas da Fundação de Cultura são apresentadas pelo moderno sistema de transparência adotado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

Na rede social, um internauta se mostrou indignado com a situação. "Isso é muito grave…. Se aproveitaram do movimento do evento para, falsamente, simularem o dito "show" a fim de se apropriar de dinheiro púbico ilicitamente, usando indevidamente o nome do "Sarau de Segunda"", afirmou.

Em nota, o Governo do Estado recua da contratação do grupo, que teria sido contratado em dez ocasiões em 2019. "A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul informa que não houve a contratação do grupo musical "Os Filhos de Campo Grande", nem emissão de nota e sequer pagamento a eles por show na Praça dos Imigrantes, no dia 10 de fevereiro de 2020", pontuou.

"Ocorreu um erro formal na publicação do Diário Oficial de Mato Grosso do Sul de ontem (19), o qual será corrigido devidamente na publicação desta sexta-feira (21)", prometeu. "Ressalta-se ainda que na Praça dos Imigrantes ocorreu na semana passada, mais precisamente na última sexta-feira (14), o show da cantora Juci Ibanez", informou, mas sem esclarecer qual a ligação com o grupo sertanejo.

No ano passado, Mara Caseiro contratou Os Filhos de Campo Grande para shows no interior e até na Capital, cada um custou R$ 15 mil e a apresentação teria ocorrido por 90 minutos. As apresentações ocorreram desde na festa dos idosos em Sete Quedas, passando pela festa do Trabalhador da associação dos moradores de um bairro de Naviraí até Ação Cultural da Sanesul, tudo pago pelo contribuinte e sem licitação.

Terra de sertanejos famosos, como Munhoz e Mariano, Maria Cecília e Rodolfo, Mato Grosso do Sul tem dezenas de duplas e grupos que não caíram nas graças da presidente da Fundação de Cultura, Mara Caseiro, como Os Filhos de Campo Grande.

O grupo não se manifestou sobre a polêmica até o momento.

  • Festa do Trabalhador da Associação dos Moradores do Bairro Harry Amorim Costa, em Naviraí,no dia 1º de maio de 2019 – R$ 15 mil
  • Festa Junina da Assistência Social na Praça de Miranda, no dia 8 de junho de 2019 – R$ 15 mil
  • Festa do Peão de Boiadeiro do Distrito de Ipezal, Angélica, no dia 14 de junho de 2019 – R$ 15 mil
  • Festa de São Cristovão na Beira da Cachoeira, Rochedo, no dia 21 de julho de 2019 – R$ 15 mil
  • Feira Cultural do Distrito de Taboco, em Corguinho, no dia 6 de julho de 2019
  • Ação Cultural da Sanesul,em Campo Grande, no dia 7 de julho de 2019 – R$ 15 mil
  • VII Festival da Rapadura de Furnas do Dionísio, Campo Grande,no dia 2 de setembro de 2019 – R$ 15 mil
  • 3º Encontro de Murtinhenses, Quebrachenses e Amigos,no dia 7 de setembro de 2019 – R$ 15 mil
  • Baile Cultural da 3ª Idade do Centro de Convivência do Idoso de Sete Quedas,no dia 30 de novembro de 2019 – R$ 15 mil

fonte o Jacaré

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