Fortalecida no PSDB, Rose pode ser o coringa do jogo na sucessão

Dirigentes tucanos garantem que espaço da deputada no partido nunca esteve ameaçado

Por Redação em 14/09/2019 às 09:51:27

A deputada federal Rose Modesto (PSDB) está sendo assediada por pelo menos cinco partidos e sondada por outros seis. Esta é a conta que aliados da parlamentar andam fazendo, porém consideram remotíssima a hipótese de ela trocar de sigla. Reconhecem a vontade, as condições favoráveis e a legitimidade de Rose para construir o projeto de disputar a Prefeitura de Campo Grande.

No entanto, o bloco rosista do PSDB tem convicção que a fidelidade e a gratidão ao governador Reinaldo Azambuja, a identificação programática e o espaço amplo e livre que tem no partido são razões imperiosas para permanecer dentro do ninho tucano. E é esta a avaliação dos dirigentes, como deixou bem enfatizado o presidente do Diretório Regional, Sérgio de Paula.

"Que fique bem claro: a Rose é mais tucana do que nunca. Está mais forte do que antes, quando recebeu 120 mil votos para deputada federal e foi uma das grandes campeãs nacionais das urnas em 2018", salientou de Paula. Ele repele qualquer insinuação ou hipótese que possa sugerir uma ação drástica do PSDB para recriminar ou punir Rose com advertência ou expulsão em virtude de suas declarações admitindo o desejo de lutar pela indicação para ser candidata em 2020.

Segundo Sérgio de Paula, nunca se cogitou qualquer tipo de represália – ao contrário, rebate o dirigente, "a deputada é uma das principais lideranças políticas e populares do nosso partido, é interlocutora de alcance nacional", ressaltou. De Paula reconhece que a tucana tem pleno e legítimo direito de aspirar a novos projetos políticos, mas que está consciente de suas responsabilidades partidárias e do apoio e da admiração que tem por parte de Reinaldo Azambuja.

As especulações sobre um possível desligamento de Rose do PSDB para ingressar em um partido que lhe dê o aval para concorrer à Prefeitura começaram quando se noticiou que a direção nacional do Podemos entregou o comando estadual da legenda à deputada sulmatogrossense. Depois, pipocaram na mídia várias informações sobre encontros e reuniões entre a deputada e dirigentes de partidos como o MDB e o PP. E essas três agremiações (Podemos, PP e MDB) se manifestaram para antecipar boas-vindas a ela, mesmo sem ter sido formalizada qualquer iniciativa no sentido de deixar o PSDB.

Toda a polêmica nasce de um posicionamento individual do governador. Logo após a proclamação dos resultados que confirmaram sua reeleição, Reinaldo Azambuja foi questionado sobre o apoio que recebeu do prefeito Marquinhos Trad (PSD) e disse que gostaria de retribuir da mesma forma. Embora afirmasse que seria de sua satisfação devolver ao prefeito apoio semelhante, apoiando sua campanha pela reeleição na disputa municipal, Azambuja ressalvou que a decisão sobre os caminhos do PSDB em 2020 serão decididos pelo conjunto partidário e não individualmente.

E agora, com as manifestações contundentes de Sérgio de Paula, o PSDB estabelece um divisor de águas nas especulações. Deixa como marco político a certeza de que Rose Modesto continua prestigiada e tem liberdade de ação, o que não prejudica e nem reduz o cenário igualmente legítimo criado por uma vontade pessoal do governador, que é a de retribuir a Marquinhos o apoio que recebeu para se reeleger. São duas situações que se acomodam, embora conflitantes, mas qualificam e fortalecem o desafio do PSDB para viver suas experiências internas de democracia e de disciplina institucional e política.

Dessa forma, prestigiada e fortalecida no PSDB, assediada por outras legendas e confirmada em sua amplificada inserção popular, Rose Modesto se consolida entre as peças-chave ou um dos coringas decisivos no jogo da sucessão campograndense.

Fonte: Jornal do Onibus

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