Governo revisa PIB para cima e prevê queda de 4,5% em 2020; inflação pula para 3,1%

Por Redação em 17/11/2020 às 11:26:05

O governo federal revisou a perspectiva de queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 para queda de 4,5%, segundo o Boletim Macrofiscal divulgado pelo Ministério da Economia nesta terça-feira, 17. Em setembro, a Secretária de Políticas Econômicas (SPE) estimava retração de 4,7%, mesma previsão de julho. Para 2021, os técnicos da equipe econômica mantiveram projeção para avanço de 3,2%. A melhora é justificada pelo avanço de segmentos fundamentais para a economia no terceiro trimestre, como os setores de indústria e varejo. O documento também revela que o governo federal estima que a inflação alcance 3,1% neste ano, impulsionada principalmente pelo encarecimento dos alimentos. Na última revisão, os técnicos da pasta estimavam que o IPCA encerraria o ano com avanço de 1,8%, ante perspectiva de 1,6% na versão do Boletim divulgada em julho.

Os avanços seguidos de resultados positivos no varejo e serviços fizeram o Ministério da Economia prever alta de 8,3% do PIB no terceiro trimestre, retirando o Brasil da recessão após duas quedas consecutivas no primeiro semestre de 2020. " Conforme destacado no último Boletim, a forte recuperação da indústria e varejo foram confirmadas. As pesquisas mensais do IBGE para estes setores mostraram que o crescimento no 3T20 superou a taxa de 20%, apontando que a indústria e o varejo ampliado recuperaram os níveis do começo do ano. O setor de serviços também apresentou bom desempenho após a forte retração no 2T20,
no entanto, vale destacar que a produção dos serviços está bem aquém ao nível de fevereiro deste ano", informaram os técnicos do ministério. Apesar de prever tombo menor, este deve ser o pior desempenho da economia brasileira na história, impactada principalmente pela pandemia do novo coronavírus. A previsão divulgada hoje também é menos otimista da revelada pelo ministro Paulo Guedes, que afirmou estimar recuo de 4% neste ano.

O salto na inflação é justificado pelo constante avanço do IPCA nos últimos meses, impacto principalmente pela alta dos preços nos alimentos. O IPCA fechou outubro com alta de 0,86%, o maior índice desde 2002. Em setembro o índice havia avançado 0,64%, o maior registro desde 2003. "os últimos 12 meses, a variação de preços acumula alta de 3,92%, ainda abaixo do centro da meta de 4% perseguida pelo Banco Central. "O principal responsável pela elevação da projeção permanece o preço de alimentos. Contudo, o comportamento das demais categorias de produtos continua contribuindo de forma a manter a variação do índice geral dentro do intervalo de tolerância da meta", informa o Boletim.

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Fonte: JP

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