Apesar de pandemia, Brasil cria 142 mil vagas com carteira assinada em 2020

Por Redação em 28/01/2021 às 11:55:28

O mercado de trabalho brasileiro fechou o ano de 2020 com o saldo positivo de 142 mil postos de trabalho com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério da Economia nesta quinta-feira, 28. Este é o terceiro ano seguido que o país registra saldo positivo. O saldo é o resultado de 15.166.221 contratações diante de 15.023.531 demissões. O mês de dezembro fechou com saldo negativo de 67.906 vagas, após 1.239.280 admissões e 1.307.186 desligamentos. Este foi o melhor saldo para o mês desde 1995. Em dezembro de 2019, a conta fechou com 307.311 vagas fechadas a mais do que abertas. Em novembro, o índice havia ficado positivo em 414 mil vagas, o melhor para o mês desde o início da série histórica, em 1992 e a primeira vez que o saldo fechou positivo desde o início da pandemia do novo coronavírus.

No acumulado do ano, apenas o setor de Serviços teve saldo negativo, com 132.584 vagas fechadas a mais que abertas. Construção civil lidera o ranking com 112.174 vagas criadas, seguida pela indústria, com 95.588 novos postos de trabalho. A Agricultura criou 61.637 postos, enquanto o comércio fechou 2020 com 8.130 vagas. Das cinco regiões do país, quatro tiveram saldo positivo no acumulado do ano. Apenas o Sudeste perdeu vagas (-88.785), puxado pelo Rio de Janeiro que, sozinho, fechou 127.155, enquanto Minas Gerais criou 32.717. No Norte, o destaque é para o Pará, com 32.789, mais da metade dos 62.265 empregos formais gerados na região. No Nordeste, o Maranhão, com 19.753, e o Ceará, com 18.546, puxaram o saldo positivo de 34.689. No Sul, que teve 85.500 vínculos a mais, Paraná e Santa Catarina geraram 52.670 e 53.050, respectivamente. Já o Centro-Oeste teve Goiás como o principal criador de vagas, com 26.258 das 51.048 da região.

Em abril, no pior momento da crise, o Caged registrou saldo negativo de 942.774 demissões a mais que contratações. Em maio, o saldo ficou com 366.200 demissões a mais que contratações, e em junho o acumulado negativo reduziu para 26.025. A partir de julho, o Brasil começou a criar mais postos de trabalho de forma sistemática. O segundo semestre abriu com saldo positivo de 137.965 vagas, pulando para 242.714 em agosto, 314.903 em setembro, 389.534 em outubro e 414.556 em novembro. A capacidade para criar postos de trabalho é um dos termômetros para medir o desempenho econômico do país.

O índice positivo destoa de outros indicadores do mercado de trabalho. A taxa de desemprego ficou em 14,1% no trimestre encerrado em novembro de 2020, somando 14 milhões de brasileiros, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na manhã desta quinta-feira. A disparidade dos dados é reflexo das diferentes metodologias adotadas por cada pesquisa. O Caged leva em consideração apenas as contratações e demissões de empresas formais, ou seja, apenas conta as vagas de trabalho com carteira assinada, excluindo funcionários públicos e autônomos. Já a pesquisa do IBGE apresenta um retrato que soma todos os tipos de ocupações, incluindo as informais. A coleta de dados também varia de um levantamento para o outro. Enquanto o Caged é alimentado pelas informações passadas pelas próprias empresas ao Ministério da Economia, a Pnad é feita através de amostras em domicílio. Este trabalho era realizado pessoalmente, mas passou a ser por meio de consultas por telefone desde o início da pandemia do novo coronavírus. Por último, o Caged soma dados de todos os municípios brasileiros, enquanto a pesquisa do IBGE é realizada em cerca de 3,5 mil municípios.

Fonte: JP

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