"Gugu era popular porque parecia o irmão ou o amigo de todo mundo", diz jornalista

O apresentador Gugu Liberato teve a morte cerebral confirmada na noite da sexta-feira (22) depois de ficar 48 horas em observação após um acidente doméstico em Orlando, nos Estados Unidos.

A morte repentina de um dos maiores nomes da comunicação brasileira pegou amigos, familiares e colegas de profissão de surpresa. Os boatos sobre o óbito de Gugu começaram a circular já na tarde da quinta-feira (21), mas a nota oficial foi apresentada pela família apenas no dia seguinte.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, a jornalista Rosana Hermann lembrou como era trabalhar com Augusto Liberato e a importância dele para a televisão brasileira.

Muito abalada, Rosana lembrou que Gugu foi "uma presença muito grande" em sua vida. Ela destaca que o apresentador era uma pessoa "exigente, mas que apreciava o talento e a confiança" dos seus funcionários.

"Ele foi uma pessoa que construiu laços muito fortes durante toda a vida, ele construiu relações permanentes. Além de ser muito generoso, ele era muito correto como patrão e chefe", lembra.

Rosana acredita que todas as pessoas tem memórias afetivas ligadas a Augusto, seja como apresentador ou por algum programa que criou e conduziu.

"O Gugu participava da criação dos programas, das ideias. Ele juntou os gostos populares e juntou tudo. Não tinha roteiro, ele priorizava o entretenimento. Ele era popular pelo o que fazia porque parecia o filho, o amigo, o primo, o irmão de todo mundo."

A jornalista afirmou que ficou "muito tocada" ao descobrir que, em vida, Gugu Liberato manifestou ser doador de órgãos. De acordo com a TV Record, emissora em que trabalhava atualmente, cerca de 50 pacientes serão beneficiadas com a ação – já autorizada pela família.

"Dizem que "o afeto é tudo o que afeta" e certamente o Gugu afetava cada um", desabafa Rosana.

Por muitos anos, Augusto Liberato foi cotado como substituto de Silvio Santos – inclusive o próprio dono do SBT considerava isso. Rosana acredita que a ideia foi abandonada depois que os programas de auditório perderam o espaço que tinham no auge dos anos 80 e 90.

"Ele foi se adaptando, entrou para o Twitter e para o Instagram. Mas ele sempre representou tudo o que foi desde os anos 80 até agora", finaliza.

Gugu deixa a mãe, Maria do Céu, de 90 anos; a companheira, Rose Miriam di Matteo e três filhos: Marina, Sofia e João Augusto.