Inflação do aluguel acelera em dezembro e encerra 2021 com alta de 17,7%

Por Redação em 29/12/2021 às 14:50:58

O Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M) registrou alta de 0,87% em dezembro ante variação de 0,02% em novembro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira, 29. O resultado faz o indicador utilizado como base para o reajuste do aluguel encerrar o ano com alta de 17,78% em 2021. Em dezembro de 2020, o índice havia subido 0,96% e acumulava alta de 23,14% em 12 meses. O resultado de 2021 foi o segundo mais expressivo desde 2002. Segundo a FGV, a alta de dezembro foi puxada pelos produtos do agronegócio. “O resultado deste mês foi influenciado pela aceleração dos preços de bovinos (11,69%), reflexo da demanda doméstica e da retomada das exportações e, pela aceleração dos preços de safras afetadas por geadas e seca, como café (12,52%) e cana-de-açúcar (2,83%). Esses últimos itens também ajudam a explicar a elevação de 20,57% acumulada pelo IPA em 2021. Os preços da cana-de-açúcar avançaram 57,13% no ano, enquanto o preço do café subiu 152,35%, no mesmo período”, afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.

Além de influenciar o preço do mercado imobiliários, o IGP-M é usado como base para reajustes de companhias telefônicas e energia elétrica, e também é um dos indexadores para contratos de prestação de serviço, educação e planos de saúde. Em comparação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), avançou 0,78% na prévia de dezembro e acumulou 10,42% no ano, o maior registro desde 2015. A diferença entre os dois indicadores é explicada pela fórmula da conta: enquanto o IPCA considera a variação de nove itens de consumo e bens, como alimentação, transporte e educação, o IGP-M é o resultado do IPA, IPC e INPC. Além de agregar itens de bens e serviços, o indicador da FGV também considera matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil, que possuem grande influência da variação do dólar.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,95% em dezembro, após queda de 0,29% em novembro. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou 0,53% em dezembro. No mês anterior, a taxa do grupo subiu 0,97%. O índice relativo a Bens Finais, que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 0,70% em dezembro, ante 0,51% no mês anterior. A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 3,38% em novembro para 1,02% em dezembro. O índice de Bens Intermediários, obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, variou 0,74% em dezembro, contra 2,45% em novembro. O estágio das Matérias-Primas Brutas registrou alta de 1,22% em dezembro, ante queda de 4,84% em novembro.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,84% em dezembro, ante 0,93% em novembro. Seis das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Transportes (2,93% para 1,26%). Nesta classe de despesa, vale citar o comportamento da gasolina, cuja taxa passou de 7,14% em novembro para 2,24% em dezembro. Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos Alimentação (0,74% para 0,54%), Comunicação (0,17% para 0,05%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,21% para 0,17%), Despesas Diversas (0,22% para 0,13%) e Vestuário (0,62% para 0,61%). Em contrapartida, os grupos Habitação (0,37% para 1,09%) e Educação, Leitura e Recreação (0,34% para 1,80%) registraram acréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, destacaram-se os seguintes itens: tarifa de eletricidade residencial (0,12% para 3,11%) e passagem aérea (1,62% para 11,52%). O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,30% em dezembro, ante 0,71% em novembro. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de novembro para dezembro: Materiais e Equipamentos (1,23% para 0,48%), Serviços (0,49% para 0,57%) e Mão de Obra (0,28% para 0,10%).

Fonte: JP

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