Minoxidil vira comprimido e ganha nova força em combate à calvĂ­cie

Por Redação em 05/09/2022 às 20:47:14

“Eu estava sem saída”, contou Sinclair ao jornal americano. “A paciente estava muito motivada e a única coisa que sabíamos era que se um paciente tem alergia a um medicamento de uso tópico, uma maneira de dessensibilizar é administrar doses muito baixas por via oral”.

Para fazer isso, Sinclair decidiu testar as pílulas de minoxidil existentes no mercado para o tratamento da pressão alta cortadas em quartos. Para sua surpresa, a dose baixa fez o cabelo da paciente crescer sem sinais de alergia nem alterações na pressão Em seguida, ele baixou a dose cada vez mais. Chegou a doses efetivas de um quadragésimo de pílula e começou a prescrever rotineiramente a droga. Essa primeira paciente ainda a toma.

Em um simpósio em Miami em 2015, Sinclair relatou que baixas doses de minoxidil estimularam o crescimento do cabelo em cerca de cem mulheres. Os resultados foram publicados, finalmente, em 2017. Hoje, o médico diz que já tratou mais de dez mil pacientes

No Brasil, o uso do comprimido de baixa dosagem é recente, mas vem aumentando. O remédio é feito sob encomenda, em farmácias de manipulação. O advogado Felipe Barreto Marçal, de 31 anos, começou a perder cabelo quando tinha apenas 25 anos e se desesperou.

“Eu não queria ficar careca tão jovem”, conta ele, que, durante alguns anos, usou o minoxidil tópico. “O minoxidil oral é muito mais prático e eficiente que o tópico. Interrompi o tratamento por uns meses, quando estava morando fora do País, e a diferença foi significativa. Estou retomando o tratamento agora com o minoxidil oral.” Em geral, os médicos ainda recomendam, como primeira opção de tratamento, o uso tópico.

“Mas quando o paciente apresenta algum tipo de alergia no couro cabeludo, a gente tenta o novo tratamento. A dosagem deve ser ajustada para homens e mulheres. Como não existe no mercado, tem de ser manipulado. Para fazer o cabelo crescer, usamos de 0,25 mg até 5 mg, que é a metade da dose usada para baixar a pressão”, explica a coordenadora do departamento de cabelos da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a médica Fabiane Brenner

Outro medicamento cientificamente comprovado contra a calvície é a finasterida, originalmente usado em homens para o tratamento de problemas na próstata. Enquanto o minoxidil impede a queda precoce dos cabelos, permitindo que eles cresçam por mais tempo, a finasterida induz o crescimento de novos fios. Por isso mesmo, muitos médicos gostam de usar os dois medicamentos conjugados.

“No meu caso, o médico decidiu aumentar a dosagem do minoxidil e prescreveu também a finasterida”, contou Norma Portugal. “Ai veio uma grande melhora, meu cabelo cresceu e encheu bastante. Ainda tem falhas, mas o meu visual melhorou muito e também a minha autoestima, que estava no pé. Estou bem satisfeita.”

O tratamento pode ter efeitos colaterais, como o crescimento de pelos em outras partes do corpo. No caso da finasterida, muitos homens temem a perda da libido, embora isso não esteja cientificamente comprovado. Apesar de o minoxidil via oral ser prescrito para calvície em dosagens muito baixas, os médicos devem estar atentos também a problemas cardíacos, renais e hepáticos.

“Como é um remédio para baixar a pressão, ele pode causar algumas alterações cardíacas, sobretudo para quem tem histórico de problemas”, afirmou a médica Fabiane Brenner. “Nesses casos, é melhor optar pela forma tópica.” A alopecia, ou calvície, atinge cerca de 80% dos homens depois dos 60 anos e até 60% das mulheres na mesma faixa etária.

Fonte: Banda B

Tags:   Saúde
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