Gerson Claro garante que decreto de calamidade não 'Ă© cheque em branco para gestores'

Em Sidrolândia, um dos 11 municĂ­pios atendidos com o decreto, choveu 460 metros em dois meses

Por Flavio Paes em 29/03/2023 às 14:31:05
Gerson Claro, presidente da Assembleia Legislativa/Foto: Wagner Guimarães

Gerson Claro, presidente da Assembleia Legislativa/Foto: Wagner Guimarães

A aprovação de decretos legislativos de reconhecimento de calamidade pĂșblica em 11 municĂ­pios de Mato Grosso do Sul que sofreram prejuĂ­zos com o perĂ­odo atĂ­pico de chuva registrado desde janeiro, segundo o presidente da Assembleia, deputado Gerson Claro, não representa um "cheque branco" para os prefeitos contratarem serviços, obras ou produtos, sem licitação, mas um mecanismo legal de apoio principalmente aos produtores rurais, que poderão usar este instrumento jurĂ­dico para repactuarem dĂ­vidas com fornecedores, renegociarem financiamentos. "O parlamento não poderia dar as costas à solicitação de Sindicatos Rurais e a Defesa Civil, que encaminharam laudos de avaliação dos prejuĂ­zos, do comprometimento de atividades econômicas por conta da interdição de estradas e pontes usadas para escoamento da produção. São instituições com fé pĂșblica, não hĂĄ porque duvidar delas", comentou Gerson, reagindo ao posicionamento na tribuna do deputado João Henrique Catan, que sistematicamente tem votado contra s decretos, sob o argumento de que a Assembleia estaria criando um mecanismos para os prefeitos promover gastos sem licitação.

"Estamos apenas cumprindo com o nosso papel institucional. Cabe às Câmaras Municipais, o Ministério PĂșblico e ao Tribunal de Contas, fiscalizar e eventualmente, coibir eventuais excessos no uso das prerrogativas que o decreto de calamidade pĂșblica confere aos gestores. Não podemos esquecer que todo o procedimento de aquisição ou contratação de equipamentos ou serviços, depois de efetivado o gasto, necessariamente exigirĂĄ uma prestação de contas disponĂ­vel a avaliação de todos os órgãos de controle. O objetivo é garantir agilidade nos procedimentos, não é dar aval a malversação do dinheiro pĂșblico", explica Gerson.

Em Sidrolândia, um dos 11 municĂ­pios atendidos com o decreto, choveu 460 metros em dois meses, o que danificou boa parte das estradas, provocou a interdição de uma ponte de 60 metros sobre o Rio Vacaria, acesso à região do Assentamento Barra Nova, onde as crianças ficaram sem aula as trĂȘs primeiras semanas do ano letivo. O Sindicato Rural, que encaminhou à Prefeitura pedido de decretação da calamidade , apresentou laudo agronômico com a projeção de um prejuĂ­zo de R$ 1 bilhão, decorrĂȘncia do atraso na colheita da soja e no plantio do milho, que deve ter redução da ĂĄrea plantada e da produtividade porque a janela de plantio terminou no Ășltimo dia 15 e até agora só metade da safra foi cultivada.

Em Batayporã, na noite de 28 de fevereiro choveu num intervalo de 1h30 mais de 103 milĂ­metros, temporal acompanhado de vendaval, que provocou alagamentos na ĂĄrea urbana, danificou estradas e deixou isdoladas vĂĄrias propriedades rurais. O excesso de chuvas nos Ășltimos meses forçou a Companhia Energética de São Paulo (Cesp) a abrir as comportas da Usina Hidrelétrica de Porto Primavera e as pastagensde sete fazendas estão alagadas. Cerca de sete mil bovinos tiveram de ser remanejados e em seis destas fazendas só é possĂ­vel chegar de barco ou trator. Um rebanho com cerca de 2,2 mil vacas parideiras estĂĄ liberalmente estacionado hĂĄ semanas numa das principais estradas da região. Por falta de opção, o proprietĂĄrio estĂĄ mantendo os animais no meio da estrada que liga a cidade de Batayporã ao Porto São José (no Rio ParanĂĄ). A estrada é o Ășnico acesso ao porto e, além do drama da falta de alimentação para o rebanho, a presença do gado estĂĄ travando o trĂĄfego no local. Além decretos de calamidade pĂșblica para Sidrolândia e Batayporã, a Assembléia aprovou decretos para Miranda, Nova Alvorada do Sul, Antônio João, NaviraĂ­,Porto Murtinho, Bela Vista, Ponta Porã, AnastĂĄcio e Ivinhema.

Fonte: ALEMS

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