Dona Terezinha de Jesus Garcia Ferreira, a Terezinha Pantaneira, 75 anos, passou um "perrengue daqueles" nesta semana. Ela é cadeirante e precisa constantemente fazer viagens intermunicipais em Mato Grosso do Sul, mas toda vez é uma batalha.
Depois de conseguir garantir o direito de ir e vir após insistentes cobranças da empresa Cruzeiro do Sul em Sidrolândia, agora ela precisou usar a empresa Andorinha. Mas infelizmente passou por uma série de constrangimentos por não ter um ônibus acessível para ela.
"Por lei, as empresas são obrigadas a ter ônibus com elevador. Mas infelizmente o Estado não fiscaliza direito o nosso direito a acessibilidade", lamentou. Ela precisou ir para Anastácio na última quarta-feira (27) e não houve opção de veículo com o dispositivo para cadeirante.
Segundo Terezinha desde o momento da compra da passagem até a viagem ocorrem sucessivas falhas. "Funcionário da bilheteira disse que eu tinha que arrumar alguém da minha família para me erguer no ônibus, porque não tinha a opção de elevador".
Dona Terezinha aterrorizada com a forma que foi improvisada que foi carregada para conseguir entrar em ônibus (Foto: Direto das Ruas)
Tanto na subida como na descida do veículo uma série de improvisos foram feitos. "Eu com meus 94 kg tive que passar por o constrangimento de uma série de homens que eu nunca vi na vida me pegando na bunda, nas pernas, para me por dentro do veículo. Não acho certo isso, mas o Estado não me dá opção de escolha".
Muito estarrecida ela procurou a reportagem para reclamar e disse que irá recorrer a Agems (Agência de Regulação dos Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul) para que haja acessibilidade garantida. "Nenhum cadeirante consegue viajar neste Estado. Infelizmente colocam o adesivo de acessibilidade na lataria só de enfeite".
Resposta – Segundo diretor de transportes da Agems, Matias Gonsales, a fiscalização é feita, mas as fábricas só começaram a fabricar veículos com acessibilidade a partir de 2020.
"A lei não permite que as empresas façam adaptações. A Andorinha tem sete ônibus com elevador, dos oito que fazem essa linha por Anastácio. As empresas do Estado estão trocando a frota para garantir a acessibilidade. Mas vamos conviver com essas situações porque as empresas podem rodar com o veículo até ele completar dez anos de idade", justificou.
Ele afirmou que casos como este acontecem com as empresas de todo o Brasil. "É algo que vai ser resolvido com tempo. Temos a ouvidoria aberta para receber as reclamações e sanar o problema".
Fonte: Campo Grande News