Vendas da Black Friday devem cair pela primeira vez em 5 anos devido à alta alta da inflação

Por Redação em 17/11/2021 às 16:33:29

A escalada da inflação nos últimos meses deve fazer com que as vendas da Black Friday de 2021 registrem a primeira queda em cinco anos, aponta pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) publicada nesta quarta-feira, 17. O levantamento mostra que a data comercial deve movimentar R$ 3,93 bilhões no país, o maior valor desde que a data comercial foi implementada, em 2010. O resultado é 3,8% acima do faturamento ano passado. No entanto, descontada a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o volume deve apresentar recuo de 6,5%. A CNC considerou o acúmulo de 10,67% no IPCA nos 12 meses encerrados em outubro — o maior valor para o período desde janeiro de 2016. “O ritmo atual da inflação anualizada tem sido um obstáculo à expansão do volume de vendas, mesmo em um contexto de aceleração do consumo digital após a pandemia de covid-19”, informou a entidade.

A alta dos preços pressionada pela aceleração da inflação também dificulta o potencial de descontos. A CNC coletou, diariamente, mais de dois mil preços de itens agrupados em 34 linhas de produtos ao longo dos últimos 40 dias encerrados em 16 de novembro. O levantamento mostrou que 26% deles têm tendência de redução, ante margem de 46% às vésperas da Black Friday de 2020, quando o IPCA acumulado em 12 meses estava em 3,92%. Conforme o levantamento, os produtos com as maiores oportunidades de descontos efetivos são: headsets (-13%), perfume feminino (-10,4%), creme hidratante (-7,2%), protetor solar e bronzeador (-4,2%), e caixas de som bluetooth (-3,4%). Por outro lado, dado o reajuste recente de preços, as chances de descontos efetivos em consoles de videogames e jogos eletrônicos são reduzidas.

A Black Friday é considerada a quinta data comercial mais importante do varejo brasileiro, atrás do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais. A projeção da CNC é que neste ano os segmentos de móveis e eletrodomésticos (R$ 1,105 bilhão) e de eletroeletrônicos e utilidades domésticas (R$ 906,57 milhões) deverão responder por mais da metade (51,2%) da movimentação financeira. Tendem a se destacar ainda os ramos de hiper e supermercados (R$ 779,09 milhões) e de vestuário, calçados e acessórios (R$ 693,12 milhões). “A facilidade de comparação de preços on-line, em um evento caracterizado pelo forte apelo às promoções, incentiva a competitividade e influencia o aumento expressivo da data no calendário do varejo”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

O Ministério da Economia revisou para cima a estimativa para a inflação em 2021 e 2022, segundo o Boletim Macrofiscal divulgado nesta quarta-feira, 17, pela Secretaria de Política Econômica (SPE). Para este ano, a previsão do IPCA passou para alta de 9,7% em 2021, ante previsão de 7,9% em setembro. O BC tem meta inflacionária de 3,75% em 2021, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 2,25% e 5,25%. Já para 2022, a equipe econômica estima que a inflação fique em 4,7%, ante projeção de 3,75%. No ano que vem, a autoridade monetária deve perseguir a meta de 3,5%, com variação entre 2% e 5%. Os dados estão em linha com o esperado pelo mercado financeiro. A previsão do Boletim Focus aponta para alta de 9,77% do IPCA neste ano, na 32ª semana seguida de revisão de baixo. Já para 2022, o mercado estima que o IPCA alcance 4,79%. Na semana anterior, a mediana apontava para alta de 4,63%.

Fonte: JP

Comunicar erro

Comentários