"Não desconfiei", diz amiga sobre feminicida que fingiu ser Natalin após matá-la

Amiga enviou mensagens por três dias e diz que por telefone, acusado estava tranquilo

Por Redação em 19/04/2022 às 19:10:07
Momento em que militar entra em sala de audiência para acompanhar audiências (Foto: Mirian Machado)

Momento em que militar entra em sala de audiência para acompanhar audiências (Foto: Mirian Machado)

"Ele estava tranquilo, por isso não desconfiei de nada". A fala é da amiga de Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, de 22 anos, assassinada pelo marido em fevereiro deste ano, sobre quando entrou em contato com Tamerson Ribeiro Lima de Souza, de 31 anos, para ter notícias da vítima, que "sumiu" do WhatsApp. O acusado matou a esposa com um golpe de mata leão após discussão, segundo a acusação.

Nycole Lopes Menezes dos Santos, contou tudo o que sabia durante uma das primeiras audiências do caso, nesta tarde (19), na 2ª Vara do Tribunal do Júri. Revelou que mandou diversas mensagens após o desaparecimento da vítima tanto para Natalin, quanto para Tamerson, porém nenhuma delas era respondida.

Segundo relato, Nycole e Natalin saiam juntas por diversas vezes. Se conheciam cerca de 5 meses porém se tornaram amigas mais próximas nos últimos dois meses antes do crime. "Cheguei a dormir na casa dela duas vezes e era estranho porque ele não conversava. Não falava nada. Ficava naquele silêncio. Algumas vezes ela contava das discussões que eles tinham, dizia que queria ir embora, que eles estavam distantes um do outro, mas nunca relatou agressão. Se tinha, ela escondia", explicou.

No dia anterior a morte, Natalin teria chamado Nycole para sair. "Eu disse que não ia. Depois fui dormir. Acordei tinha mensagem dela respondi, mas a mensagem não chegou. Mandei várias mensagem nos três dias que ela ficou desaparecida. Pensei que o celular havia quebrado e para não invadir a privacidade deles enviei mensagem pelo Instagram, tanto pra ela quanto pra ele, mas nenhum respondia", contou.

Depois conseguiu o telefone de Tamerson e ao ligar, ele contou que não sabia onde Natalin estava. "Depois que liguei pra ele, as mensagens que havia mandado pra ela começaram a chegar no celular dela", disse.

Nycole chegou a pressionar Tamerson dizendo que se ele não fosse, ela iria à delegacia sozinha registrar o desaparecimento da amiga.

"Nas três primeiras vezes que falei com ele por telefone ele estava super tranquilo, por isso não desconfiei de nada. Nem passou pela minha cabeça", relatou diante do juiz Aluízio Pereira dos Santos.

Na última vez que conversou com o acusado, ele ligou para a amiga da vítima dessa vez nervoso, dizendo estar ansioso e queria ir logo prestar queixa do desaparecimento.

Por volta das 12h de domingo, Tamerson afirmou em ligação à Nycole de que a esposa teria aparecido. Após desconfiança, recebeu um texto do Instagram da amiga dizendo que estava bem e que não precisava procura-la. "Era nítido que não era ela, então eu nem quis responder", concluiu.

Fonte: Campo Grande News

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