Nova variante do HIV e queda na procura por testes preocupam especialistas

Por Redação em 26/04/2022 às 16:12:38

A queda na procura por testes para detecção do HIV e uma nova variante do vírus, encontrada na Holanda, estão preocupando especialistas. Nesta semana, a Secretaria de Estado da Saúde (SESA) informou que, nos últimos dois anos, houve redução na busca pela testagem, o que faz com que os casos estejam subnotificados.

HIV Positive
Divulgação

A taxa de detecção de HIV por 100 mil habitantes no Paraná foi de 22,4 em 2019, 15,6 em 2020 e 18,1 no ano passado. Para a AIDS, a taxa em 2019 foi de 9,7; em 2020 de 7,2, e 8,0 em 2021.

Além disso, a variante holandesa também tem chamado a atenção para a importância do diagnóstico precoce da doença. Com maior poder de transmissão do que as variantes anteriores, a mutação foi nominada de VB e tem como diferencial a proteína que o vírus utiliza para se replicar, que é quatro vezes maior que as outras já conhecidas, como explica a infectologista do Hospital Marcelino Champagnat, Camila Ahrens.

“Essa variante demonstrou ser capaz de levar uma maior carga viral no sangue, em comparação aos outros tipos de vírus. Então, ela é mais transmissível e tem maior risco de diminuir as células de defesa T-CD4 do nosso corpo, que são responsáveis pela nossa imunidade”, disse à Banda B.

No Brasil, a cada 15 minutos uma pessoa é infectada pelo HIV. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 920 mil brasileiros vivem com o vírus no país. A estimativa é que 89% desses infectados estão diagnosticados e 77% fazem tratamento com antirretroviral.

Especialistas afirmam que o maior desafio relacionado à doença está na testagem e adesão ao tratamento, principalmente em razão do preconceito.

“Apesar de ser uma doença bem difundida no nosso meio, tem muita descriminação, preconceito, desigualdade social, machismo que causa muito obstáculo para controlar a pandemia do HIV. Os métodos de prevenção, diagnóstico e tratamento estão disponíveis, mas o que impede muito de descobrir seria o preconceito”, explica Camila Ahrens.

Conforme o relatório da UNAIDS, nos próximos 10 anos são estimadas 7,7 milhões de mortes por AIDS no mundo. A prevenção, com uso da camisinha e de seringas e agulhas descartáveis, é a principal orientação.

A infectologista reforça que para quem teve comportamento considerado de risco, o ideal é a realização de testes rápidos.

“O autoteste de HIV está disponível em farmácias e em centros de orientação e aconselhamento. Com seu médico você também pode pedir o anti-HIV. Sempre é bom fazer a verificação da sorologia, porque a melhor forma é identificar precocemente para que não vire Aids”, destaca.

Ser infectado pelo HIV, no entanto, não significa desenvolver AIDS. O vírus da imunodeficiência humana é classificado como um retrovírus, que possui um período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença. Por isso, o diagnóstico e tratamento precoce são importantes.

Fonte: Banda B

Tags:   Saúde
Comunicar erro

ComentĂĄrios