Acusados de fraudes no Detran de Juti são considerados foragidos da Justiça

pós a realização da operação "Resfriamento", uma equipe do DRACCO esteve no município nesta sexta-feira, 18/11

Por Redação em 18/11/2022 às 13:44:49
Foto: PC/MS

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A polícia Civil está à procura dos indivíduos apontados como sendo os responsáveis pelas fraudes encontradas no Detran da cidade de Juti-MS. Após a realização da operação "Resfriamento", uma equipe do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) esteve no município nesta sexta-feira, 18/11, para dar cumprimento aos mandados de prisão preventivas expedidos pelo poder judiciário, no entanto, os envolvidos não foram localizados e são considerados foragidos da justiça.

Dentre os foragidos, está o atual gerente da agência do Detran de Juti, além de um pai e filho, que serviam como operadores financeiros da organização criminosa. Além das ordens prisionais, também foi obtida a conversão em prisão preventiva de outro servidor do Detran e do despachante, que já estavam presos temporariamente.

No âmbito do combate à corrupção e ao crime organizado, a Operação Resfriamento, deflagrada pela Polícia Civil, no último dia 8/11, apura esquema de emissão de documentos veiculares irregulares, efetivadas na agência do Detran, da cidade mencionada. As informações são de que veículos irregulares, até mesmo de outros estados, eram regularizados na agência, mediante inserção de documentos falsos e pagamento de propina a servidores, sem nunca terem passado por vistorias de segurança ou ingressado no estado.

No primeiro momento, foram presos temporariamente um servidor, que já havia atuado como gerente da agência e teria sido responsável pelas fraudes no sistema, e um despachante da cidade de Dourados, que teria formalizado os requerimentos e realizado o pagamento de valores indevidos a este servidor. Somente em transações diretas entre este servidor e o despachante, teriam sido movimentados mais de R$ 150 mil.

Durante o cumprimento dos mandados de busca, na última semana, foram apreendidos diversos documentos, valores e veículos. Com o aprofundamento das investigações, foram identificados inúmeros outros veículos, que também tinham sido regularizados de maneira fraudulenta.

Mesmo sendo proibida a circulação de veículos com 4 eixos, quando solicitado pelo despachante investigado, os documentos eram emitidos normalmente, com a inserção de dados e endereços falsos no sistema e ainda a ausência de documentos de segurança. O servidor responsável teria alegado que os procedimentos foram subtraídos da agência ou danificados por infiltrações decorrentes da chuva. Diante de tudo que fora apurado, foram confirmados os indícios de verdadeira prática de corrupção sistêmica, empreendida por organização criminosa.

O que se identificou foi a existência de três grupos com funções bem definidas e delimitadas dentro da organização. O primeiro grupo é o do Despachante, que tinha a função de captar clientes, que são proprietários de veículos irregulares que teriam a intenção de regularizá-los indevidamente.

Após a captação dos clientes e pagamento pelo serviço, o despachante encaminha os documentos para o Grupo Político, integrado por dois servidores públicos da agência de trânsito de Juti/MS. Por sua vez, os servidores são responsáveis por fazer as alterações falsas no sistema do Detran.

Para o financiamento do esquema, contavam ainda com o Grupo Financeiro, que é composto por pai e filho, que serviam como operadores da organização. Além de pagamentos diretos entre o Grupo Despachante e o Grupo Político, que se aproximam de R$ 500 mil, também eram realizadas transações financeiras por intermédio dos operadores, que além disso, também seriam responsáveis pela dissimulação e ocultação dos valores movimentados pela organização criminosa.

Com o auxílio dos operadores financeiros, mais de R$ 17 milhões foram movimentados pela organização, sendo mais de R$ 1 milhão transacionado apenas por um dos servidores, que tem salário em torno de R$ 3 mil.

Fonte: PC/MS

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