Ex-prefeita Ă© investigada por direcionar licitação a empresa de aliados polĂ­ticos nomeados por ela

O detalhe Ă© que dos interessados, apenas a empresa Ivo da Silva Alves-ME se enquadrava em tal requisito

Por Redação em 29/07/2021 às 16:37:48
Imagem aérea do município de Novo Horizonte do Sul - Foto: Ivinoticias/Drone

Imagem aérea do município de Novo Horizonte do Sul - Foto: Ivinoticias/Drone

Nilza Ramos Ferreira, ex-prefeita do municĂ­pio de Novo Horizonte do Sul, responde ação por improbidade administrativa. Ela é acusada de direcionar licitações para os empresĂĄrios Daniel Generoso e Paulo Aparecido Weiler, aliados polĂ­ticos que chegaram a ser nomeados no primeiro escalão durante o mandato. O processo tramita sob cuidados do juiz Roberto Hipólito da Silva JĂșnior, na 2ÂȘ Vara de Ivinhema.

Conforme denĂșncia oferecida pela Promotoria de Justiça do Patrimônio PĂșblico e Social, do MPMS (Ministério PĂșblico Estadual de Mato Grosso do Sul), em 2014 veio à tona a notĂ­cia de que a prefeita teria cometido irregularidades na contratação da empresa Ivo da Silva Alves-ME para serviços de manutenção, limpeza e conservação nas ruas. Investigações apontaram que Daniel e Paulo, donos por trĂĄs da empresa, tinham apoiado a campanha de Nilza e eram muito próximos a ela.

Consta nos autos que logo após ser eleita e assumir o cargo de prefeita, Nilza teria dispensado a empresa que jĂĄ prestava os serviços, alegando a necessidade de cumprir "compromissos polĂ­ticos" que ela havia feito. Neste sentido, abriu licitação no ano de 2013, colocando entre as exigĂȘncias no edital que as empresas candidatas deveriam ter, obrigatoriamente, profissional de nĂ­vel superior registrado junto ao Crea-MS (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso do Sul).

O detalhe é que dos interessados, apenas a empresa Ivo da Silva Alves-ME se enquadrava em tal requisito, sendo vencedora da concorrĂȘncia. De acordo com o MPMS, a referida empresa havia sido aberta no ano anterior, em nome do cunhado de Daniel, embora fosse operada por Daniel e Paulo. Porém, diante de recursos e da desconfiança gerada no ato, a prefeita anulou o contrato em 2014 e abriu uma nova licitação, alegando vĂ­cios no edital.

Nesta segunda licitação, a empresa de Daniel e Paulo teria perdido a concorrĂȘncia por ter sido considerada inabilitada pela pregoeira. No entanto, a prefeita afastou a decisão administrativa que declarou a empresa dos aliados inabilitada, declarando-a vencedora do certame por ter apresentado o menor lance. Como se não bastasse tais manobras, o MPMS ainda trouxe outros dados para embasar a denĂșncia.

Conforme o órgão ministerial, Daniel foi nomeado para o cargo de diretor do Hospital Municipal no dia 1 de janeiro de 2013, onde ficou até 22 de novembro, quando foi exonerado. Paulo, por sua vez, foi nomeado para o cargo de diretor do Departamento de Compras no dia 1 de março de 2015, tendo ficado até 1 de junho daquele mesmo ano, quando depois foi nomeado para diretor do Departamento de Pesca e Agricultura, onde ficou até 14 de outubro de 2015, quando foi exonerado.

Por fim, o MPMS afirma que Paulo teria arrendado uma empresa do marido de Nilza. "Tais fatos, sem dĂșvida, comprovam a estreita relação de proximidade entre os Requeridos Daniel Generoso e Paulo Aparecido Weiler e a requerida Nilza Ramos", lĂȘ-se na denĂșncia oferecida pelo promotor de Justiça Daniel do Nascimento Britto. A justiça recebeu a denĂșncia e nesta parte do processo, os advogados foram intimados para apresentação das alegações finais.

A equipe de reportagem entrou em contato com a defesa dos réus, porém, os advogados de Nilza disseram que não iriam se manifestar sobre o assunto. A defesa de Daniel informou que não poderia repassar informações sobre o caso. A defesa de Paulo foi procurada, mas até o fechamento desta edição não havia encaminhado um posicionamento.

Fonte: Midiamax

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