Na véspera da decisão do Copom, Fiesp fala em "momento crucial" para redução da Selic

Na véspera do divulgação da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) emitiu nota pedindo o "início do ciclo de baixa da taxa de referência", a fim de dar "fôlego à economia".

Por Redação em 20/06/2023 às 17:55:51

Na véspera do divulgação da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) emitiu nota pedindo o "início do ciclo de baixa da taxa de referência", a fim de dar "fôlego à economia". Segundo a instituição, a Selic está estacionada em 13,75% por dez meses com a inflação tendo recuado 7,95 pontos percentuais em 12 meses até maio. Dada essa conjuntura, a Fiesp acredita que este é um momento privilegiado, pois "nada justifica o Brasil seguir com o título de campeão mundial de juros reais", diz o texto. No documento, a federação ainda afirma que "o remédio amargo, adotado em condições excepcionais para conter um movimento altista de preços, é um veneno para a atual realidade econômica de descompressão inflacionária", e cita que a demanda está fraca, o câmbio em queda e a expectativa de contas públicas controladas, graças, segundo a instituição, "ao novo regime fiscal em fase final de tramitação no Congresso". A declaração da Fiesp segue a opinião de outras autoridades, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

Leia a seguir o documento na íntegra:

Momento é crucial para o Banco Central iniciar ciclo de baixa da Selic

Nesta quarta-feira, 21/6, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia a taxa de juro básica Selic. Depois de dez meses com a Selic estacionada em 13,75%, tendo a inflação recuado 7,95 pontos percentuais em 12 meses até maio, este é um momento crucial para a autoridade monetária decidir pelo início do ciclo de baixa da taxa de referência, dando fôlego à economia. Nada justifica o Brasil seguir com o título de campeão mundial de juros reais.

O remédio amargo, adotado em condições excepcionais para conter um movimento altista de preços, é um veneno para a atual realidade econômica de descompressão inflacionária, com demanda fraca, câmbio em queda e a expectativa de contas públicas controladas, graças, inclusive, ao novo regime fiscal em fase final de tramitação no Congresso.

A realidade está exposta pelos próprios índices de preços IPCA e IGP-M: eles indicam uma economia em franco processo de desaquecimento e mesmo deflação. Juros altos despropositados empobrecem o país. Famílias e empresas estão endividadas e o crédito está caro e escasso. Esse ambiente hostil compromete o futuro do Brasil.

Embora o desempenho do Produto Interno Bruto no primeiro trimestre tenha sido uma boa surpresa, a concentração desse resultado em um único segmento, a agropecuária, distorce a compreensão da situação da economia. O setor de serviços teve atuação fraca, a construção civil recuou pelo segundo trimestre, a taxa de investimento caiu. A indústria de transformação amargou a terceira retração seguida – a sétima nos últimos dez trimestres.

Inflação estável, com política monetária adequada, é condição para o crescimento econômico fluir conforme o anseio geral. A dinâmica inflacionária está contida. Resta acertar a política monetária até para termos tranquilidade para darmos atenção aos demais problemas que impedem o desenvolvimento pleno do país.

Josué Christiano Gomes da Silva

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP

 

Fonte: JP

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