Como o Brasil poderá sair da crise econômica causada pela pandemia

Por Redação em 26/02/2021 às 09:33:04

O retrato de 2020? Uma fotografia, parada, congelada. Assim viveu o mundo e o Brasil. Vimos uma cidade pulsante como São Paulo, coração econômico do país, desacelerar. Estabelecimentos fechados, negócios interrompidos, contratos de trabalho suspensos, salários reduzidos, famílias sem renda. A região da 25 de março, maior centro de compras da América Latina, se esvaziou. Na retomada, no entanto, nem todas as portas foram reabertas e 10% dos comerciantes não tiveram fôlego e faliram, explica o porta-voz da associação que representa os lojistas da região, Marcelo Mouawad. Para 2021, o que fica é a incerteza. “A queda de janeiro já começou com 40% de queda, diferente do que tinha vindo até dezembro, sempre melhorando o prognóstico. Em janeiro, ainda que a pandemia não explodisse, já começou com uma queda muito maior e em fevereiro se aprofundou, a gente está vendendo 50% do que vendia no ano passado no mês de fevereiro.”

Dados do Ministério da Economia e do Banco Central dão conta de um Produto Interno Bruto (PIB) na casa de 4 pontos negativos em 2020. Estamos em queda, mas não despencamos. O índice é inferior ao que inicialmente foi projetado. Segundo economistas programas de auxílio do governo federal foram essenciais para esse cenário. A dificuldade dos políticos pensarem em longo prazo no Brasil é um ponto importante de discussão segundo o professor de economia Gilberto Braga. “É preciso ter uma politica que seja de longo prazo e mantida. O Brasil, nos últimos anos, não tem assegurado um marco jurídico, marco legal duradouro. A cada ocupante dos cargos públicos, existe mudança de regra. Então, para você investir no país, abrir um negócio e ter o risco da regra mudar no meio do caminho, é preciso que o prêmio, ou seja, o retorno, a lucratividade, seja muito maior pra você correr esse risco.”

O economista Alessandro Azzoni traz uma visão mais otimista para 2021. Segundo ele, um Banco Central independente sinaliza positivo para reformas. Da mesma forma, o posicionamento do governo de manter o teto de gastos tem sido muito importante. “Vou pagar o auxilio emergencial, mas vou tirar de outra pasta. É o que tem que ser feito, não vou endividar mais do Estado porque vou ter que fazer uma questão extremamente política ou emergencial. Então essa questão fiscal se torna muito importante”, explica. Alessandro lembra ainda que a vacinação avançando em outros países é esperada uma recuperação internacional mais cedo, e o Brasil ganha com isso, com o crescimento novamente na demanda pelos nossos produtos, especialmente no setor no agronegócio.

*Com informações da repórter Carolina Abelin

Fonte: JP

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