Curitiba alerta para procurar teste apenas após 3º dia de sintomas leves de Covid: "Estamos no nosso limite"

Em caso de sintomas leves, a recomendação é que a procura pelo teste antígeno ou PCR, seja no sistema particular ou público, aconteça somente após o terceiro dia do aparecimento, orienta a superintendente executiva e secretária interina da Secretaria Municipal da Saúde, Beatriz Battistella. Do contrário, poderá gerar um falso negativo e a pessoa ainda acabar passando o vírus a outras pessoas enquanto circula.

“Ele tem que ser feito no momento adequado. Se faz no primeiro dia dos sintomas, vai dar negativo, e aí a pessoa acha que não tem a doença. O teste em si é um apoio de sabermos o que está acontecendo. No terceiro dia, pelo menos, é que vamos fazer o teste”,

afirma Beatriz.

E complementa: “A parte mais importante, sensível desse processo, para mudar esse panorama, é a gente quebrar essa cadeia de transmissão. Se tenho sintomas, me isolo e não passo para outros”, esclarece.

A ômicron tem por características produzir, na maioria dos casos, sintomas leves, como irritação na garganta, coriza e dor de cabeça.

“São suspeitos e já indicam que a pessoa deve se isolar. Quem tem esses sintomas, o mais importante hoje, antes de sair procurando onde fazer o teste, é compreender que precisa se manter em isolamento. Isso significa ficar em casa, na sua casa também isolado dos seus familiares, porque a variante ômicron se transmite rapidamente.”

• Restaurante de Curitiba vai dar polenta frita de graça para crianças que se vacinarem contra Covid-19

Segundo Beatriz, a alta demanda por atendimento pelo sistema de saúde público na capital paranaense, seja por esclarecimentos sobre sintomas e orientações pelo telefone (41) 3350-9000, seja na procura por testes, já leva a assistência à população de Curitiba ao seu limite.

“A demanda por telefone está bastante elevada, as pessoas estão aguardando em fila. Temos feito diferentes estratégias para agilizar o atendimento e diminuir a demora”, revela.

Quando a pessoa precisa fazer o teste, para comprovar a medida de isolamento no local de trabalho, aí sim ela deve entrar em contato pelo telefone (41) 3350-9000, explica a secretária interina.

“Nossa equipe vai agendar o teste no momento adequado. Porque, além de agendar o teste, ele tem que ser feito no momento adequado.”

O mesmo cenário é percebido nas unidades de saúde da capital. “Tudo tem limites, a quantidade de testes, as pessoas que vão fazer os testes, os laboratórios que vão fazer as análises, e estamos com esses limites bastante esgarçados, além do limite razoável de atendimento. E está crescendo, porque a doença tem um poder de disseminação bastante grande.”

Hoje, o processo em Curitiba de testagem PCR, que são aqueles encaminhados ao laboratório para análise, está lento, em razão de questões logísticas e da manifestação da pandemia na cidade. Beatriz explica que a Secretaria Municipal da Saúde já adotou, em diferentes momentos, protocolos para atendimento dos exames.

Segundo a secretária, além da lentidão, há escassez de testes PCR. “Estamos adotando nas nossas unidades de saúde hoje os testes de antígeno [com resultado em poucos minutos] em função da disponibilidade desse teste, independente da faixa etária. Isso a gente vai fazer na medida da evolução da pandemia e da disponibilidade dos testes.”

Beatriz revelou que, recentemente houve problemas com o fornecimento dos testes antígenos, por estarem escassos. “A indústria não consegue fornecer o tanto que se precisa desses testes. E isso é uma realidade do cenário nacional, porque a variante chegou com tudo e está batendo recordes diários. Essa escassez faz com que tenhamos ajustes dos atendimentos”, revela.

Sintomas graves

Em menor índice, há as pessoas que têm sintomas agravados desde o primeiro dia. Em caso de mal estar mais importante, prostração, febre persistente acima de 38 graus, muita dor de cabeça, a secretária interina orienta a procura por um serviço de saúde.

“Tanto a gripe quanto a Covid levam algumas pessoas ao internamento”, afirma. Ela atribui a quantidade menor de casos graves à grande aderência da população à vacinação.

“Ela Já nos protegeu de uma mortandade muito maior do que a gente viu com outras variantes. Estamos em um momento que é absolutamente diferente do que foi em 2020, 2021 e, felizmente, com toda a nossa população aderindo à vacinação, a sintomatologia da doença é bem mais amena. Uma doença hoje um pouco menos agressiva, embora sempre gere motivo de preocupação”,

afirma.