Starship: como é o maior foguete da história, que Elon Musk se prepara para lançar

Por Redação em 17/04/2023 às 07:09:18
A empresa de Elon Musk está na contagem regressiva para lançar nesta segunda-feira o foguete mais poderoso já construído.

SPACEX

O foguete mais poderoso já desenvolvido na história está prestes a ser lançado pela primeira vez nesta segunda-feira (17/04).

O veículo, conhecido como Starship, foi construído pela companhia SpaceX, do empresário Elon Musk.

Ele tem quase 120 metros de altura e foi projetado para ter quase o dobro da propulsão de qualquer outro foguete já construído.

O lançamento — sem tripulação — está marcado para 10h (8h no horário local) e será feito da base de Boca Chica, no estado americano do Texas. O objetivo é enviar o estágio superior do foguete em direção ao leste, para completar quase uma volta ao redor do globo.

Musk pediu para que todos baixem as expectativas. Não é incomum que haja algum tipo de falha no lançamento inaugural de um foguete.

"É o primeiro lançamento de um foguete muito complicado e gigantesco, então pode ser que não seja lançado. Vamos ter muita cautela e, se virmos algo que nos preocupe, vamos adiar o lançamento", disse ele durante um evento no Twitter Spaces.

"Se conseguirmos lançar, eu consideraria uma vitória qualquer coisa que não resulte na destruição da própria plataforma de lançamento."

A expectativa é de que milhares de espectadores tentem se posicionar na costa do Golfo do México para testemunhar o evento.

Musk espera transformar completamente o negócio de foguetes com o Starship.

Ele foi projetado para ser totalmente e rapidamente reutilizável. E o empresário prevê transportar pessoas e colocar satélites em órbita várias vezes ao dia, da mesma forma que um avião a jato pode cruzar o Atlântico.

Na verdade, ele acredita que o veículo espacial pode inaugurar uma era de viagens interplanetárias para pessoas comuns.

O segmento superior do Starship foi testado anteriormente em lançamentos curtos, mas esta será a primeira vez que será lançado com seu estágio inferior.

Este propulsor gigantesco, chamado Super Heavy, foi acionado enquanto estava preso à sua torre de lançamento em fevereiro. No entanto, os motores foram desacelerados naquela ocasião à metade de sua capacidade.

Se, como prometido, a SpaceX aplicar 90% da força de empuxo nesta segunda-feira, o segmento deve gerar algo próximo a 70 meganewtons — o equivalente à força necessária para propelir quase 100 aviões supersônicos Concorde na decolagem.

Supondo que tudo ocorra conforme planejado, o Starship vai decolar e seguir em direção ao Golfo do México, com os 33 motores na parte inferior do propulsor movido a metano queimando por dois minutos e 49 segundos.

Nesse momento, as duas metades do foguete vão se separar, e o segmento superior, a nave, vai seguir com seus próprios motores por mais seis minutos e 23 segundos.

A essa altura, ela deve estar passando pelo Caribe e cruzando o espaço a mais de 100 km acima da superfície do planeta.

A SpaceX quer que o propulsor Super Heavy tente regressar para perto da costa do Texas e pouse verticalmente, pairando logo acima das águas do Golfo. Em seguida, será permitido a ele tombar e afundar.

A nave tem como objetivo reentrar na atmosfera da Terra após dar quase uma volta completa ao redor do planeta, pousando no Pacífico ao norte do arquipélago do Havaí. Ela recebeu um revestimento de proteção para suportar o imenso aquecimento que vai enfrentar na volta. Uma descida de barriga no oceano está programada para ocorrer 90 minutos após a decolagem.

A longo prazo, a SpaceX espera que tanto o propulsor quanto a nave façam pousos controlados para que possam ser reabastecidos e relançados.

A empresa vem testando em Boca Chica diferentes abordagens para a construção de veículos espaciais de aço.

Há vários modelos aguardando a vez de decolar.

Um dos espectadores mais interessados ??no lançamento desta segunda-feira será a Nasa. A agência espacial americana está pagando quase US$ 3 bilhões à SpaceX para desenvolver uma versão da Starship para pousar na Lua levando astronautas a bordo.

Garrett Reisman, professor de engenharia aeroespacial da Universidade do Sul da Califórnia (EUA), diz que Musk tem a ambição de ir ainda mais fundo no Sistema Solar.

"Ele vê o Starship potencialmente como outra mudança de paradigma gigante, um aumento incrível na capacidade — a capacidade de realmente levar pessoas em grande escala para Marte", afirma o consultor da SpaceX e ex-astronauta à BBC News.

"Há muitos benefícios potenciais, mas também há muitos riscos potenciais porque isso é muito difícil. Ninguém em lugar nenhum construiu um foguete que chegue perto deste tamanho — duas vezes maior que a coisa mais próxima."

Fonte: G1

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